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sábado, 6 de maio de 2017

A DOCE VIDA DOS PELEGOS.

À frente de verdadeiras máquinas de fazer dinheiro, sindicalistas se aproveitam da falta de transparência e fiscalização para enriquecer às custas do movimento sindical.

A suposta greve geral que há alguns dias conseguiu parar várias localidades do País com o controle dos transportes urbanos expôs uma realidade nua e crua que começa a irritar toda a população. Atuando em tática de guerrilha, queimando pneus e destruindo ônibus, sindicalistas que faziam a manifestação – com participantes contados aos dedos – moviam-se na verdade com um objetivo específico. Qual seja: barrar a discussão no Congresso que visa modernizar a lei trabalhista. Esses pelegos de carteirinha, muitos dos quais nunca trabalharam, temem como golpe fatal à sua existência o fim do chamado Imposto Sindical, aquela famigerada taxa que todo trabalhador é obrigado a pagar anualmente e que banca hordas de desocupados, representantes de categorias que só aparecem no momento da rescisão de cada um, para tomar mais um dinheiro em comissão.
Assim, por décadas caminhou a articulação dessa turma. Especialmente nos últimos tempos, na era das gestões Lula e Dilma, a quantidade de sindicatos, associações de classe e representações de categoria, explodiu com o incentivo e as gordas subvenções do governo, que buscava arregimentar aliados para a sua causa de perpetuação no poder. A deposição da petista Dilma e o início da administração Temer, que pôs em andamento a reforma trabalhista, está provocando uma reviravolta nessa realidade, com chances de colocar um ponto final na farra da pelegagem, que tem muitos dos seus líderes hoje vivendo como autênticos marajás.
O descontrole do mundo extraordinário dos pelegos é tamanho que dezenas de escândalos por desvios vieram à tona, deixando evidente a falência desse sistema. Em 2008, a polícia chegou a flagrar um grupo de sindicalistas da cidade de Campinas, no interior de São Paulo, que, em troca de subornos, vendia os interesses da própria categoria de trabalhadores que diziam representar. No flagrante exibido aos expectadores, uma propina de R$ 100 mil era negociada em nome de funcionários de empresas de transporte coletivo da cidade. Há um mês os bandidos travestidos de sindicalistas – e com carteirinha para comprovar a função – eram monitorados pelo Ministério Público e pela polícia. Como esse, centenas de casos de deturpação da atividade são registrados, dando conta de fabulosas cifras e esquemas criminosos que passaram a prevalecer no sindicalismo.
Os pelegos, em sua maioria, vivem bem. Com estabilidade financeira e sem qualquer risco de desemprego. A missão de um sindicato deveria ser a de lutar pelo benefício dos trabalhadores. Mas, na prática, não é isso que vem acontecendo. Seus membros movem-se por interesses quase sempre pessoais. Mesmo quando travam ruas, promovem invasões, quebra-quebras e colocam seus carros de som para gritar palavras de ordem que escondem objetivos inconfessáveis. Controlados por dirigentes corruptos, esses sindicatos acabam por tirar o dinheiro do bolso do trabalhador para colocar no bolso deles. Os donos dessas siglas de aluguel usam as verbas para ganhar poder e fazer fortunas.
O Brasil tem hoje mais de 16 mil sindicatos, muito mais que outros países da Europa e América Latina. Em 2016, sindicatos, centrais sindicais, federações e confederações arrecadaram mais de R$ 3,5 bilhões com o imposto, que corresponde a um dia de salário anual do trabalhador, independente dele ser sindicalizado. Entre as entidades de classe, CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Força Sindical estão no topo da lista, com R$ 59,8 milhões e R$ 46,6 milhões respectivamente. E os pelegos não querem perder esse quinhão. Verdadeiras máquinas de fazer dinheiro, a direção dos sindicatos é cada vez mais cobiçada por eles. Eleições fraudadas, desvio de dinheiro e enriquecimento ilícito não são pontos fora da curva.
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Fonte: Germano Oliveira/IstoÉ

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