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segunda-feira, 17 de julho de 2017

PELO MENOS SEIS ESTADOS BRASILEIROS TÊM TODOS OS SENADORES INVESTIGADOS NO STF.

Levantamento exclusivo da Revista Congresso em Foco mostra que pelo menos seis estados brasileiros têm todos os seus representantes no Senado investigados no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF). Acre, Alagoas, Amazonas, Minas Gerais, Rondônia e São Paulo têm seus três senadores sob investigação (veja lista abaixo). Contra esses 21 senadores – um quarto de toda a Casa – pesam 75 procedimentos, entre inquéritos e ações penais. A ressalva para São Paulo é que Aloysio Nunes (PSDB) está licenciado do mandato.
O número de estados com todos os seus representantes na mira da Justiça poderia ser ainda maior, pois são vários os casos em que apenas um da bancada estadual não é investigado. O caso de Mato Grosso, por exemplo, ilustra bem a situação: apenas um dos senadores do estado, José Medeiros (PSD), não é alvo de inquérito ou ação penal. Ou, cabe destacar, um eventual processo contra o parlamentar está em curso de maneira oculta, o que tem sido comum na corte.
Até o titular da vaga ora ocupada por Cidinho Santos (PR) – Blairo Maggi (PP), atual ministro da Agricultura – é investigado no STF por suspeita de ter recebido R$ 12 milhões durante sua campanha à reeleição em 2006, segundo delatores da Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato, o que ele nega. Cidinho, por sua vez, é réu na Ação Penal 991, por crime de responsabilidade, enquanto Wellington Fagundes (PR-MT) responde ao Inquérito 2340, sobre crimes como corrupção ativa e passiva e peculato (subtração ou desvio de valores ou bens por funcionário público, para proveito próprio ou alheio).
Entre os senadores mais encrencados está Ivo Cassol (PP-RO), o primeiro senador da história da República condenado à prisão – a sentença definitiva saiu há quatro anos, em agosto de 2013. O Supremo lhe impôs uma pena de quase cinco anos de prisão por fraude contra a Lei de Licitações (Lei 9.666/1993), mas Cassol não só continua em liberdade como está em pleno exercício do mandato, participando de algumas das principais decisões do país. Votou, por exemplo, pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff – justificou seu voto alegando “falta de credibilidade” da petista, como este site mostrou em maio de 2016 – e escolheu, junto com outros senadores réus, investigados e delatados, o mais novo integrante do STF, Alexandre de Moraes.
Cassol faz parte da bancada dos condenados no Congresso. Ele acumula oito procedimentos investigatórios, dos quais cinco são inquéritos e três são ações penais. Seu conterrâneo Valdir Raupp (PMDB) é um dos senadores com mais processos abertos naquela corte contra si. Ambos são citados ou investigados na Lava Jato.
Os principais investigados dessa lista indesejada são Renan Calheiros (PMDB-AL), com 12 inquéritos e uma ação penal, Valdir Raupp (PMDB-RO), com sete inquéritos e quatro ações penais, e Aécio Neves (PSDB-MG), com nove inquéritos e recordista de investigações da Lava Jato. Recentemente, Aécio foi gravado por Joesley Batista, um dos donos do Grupo JBS e delator de diversos esquemas de corrupção, pedindo-lhe R$ 2 milhões do que investigadores acreditam ser propina. O senador chegou a ser afastado das funções, mas retomou o exercício do mandato em 30 de junho, um dia antes do recesso do Judiciário, por decisão do ministro Marco Aurélio Mello.
Recorde batido
No mais recente levantamento realizado pelo Congresso em Foco, em abril deste ano, eram 42 os senadores investigados no Supremo Tribunal Federal, número que já era um recorde àquela época. Agora, são pelo menos 48 senadores sob a mira do STF, dos quais 34 estão na lista de suspeitos Operação Lava Jato. O número de investigados pode ser ainda maior, uma vez que o STF ainda mantém alguns processos ocultos.
A bancada dos estados com todos os três representes no alvo da Justiça é um dos recortes sobre a lista atualizada de deputados e senadores que respondem a acusações criminais no STF, um dos conteúdos exclusivos da 26ª edição da Revista Congresso em Foco. A exemplo das edições anteriores, a publicação é caracterizada por ter força de documento, daqueles que vale a pena guardar em papel, com receita editorial que alia vigilância sobre o poder, inteligência e diversidade. Esteja entre as pessoas mais bem informadas do país e receba a nossa revista em sua casa ou escritório.

Fonte: Isabella Macedo/Congresso em Foco

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