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sexta-feira, 1 de outubro de 2021

"EDUARDO LEITE É MAIS AGREGADOR, SEJA PARA APOIAR OU SER APOIADO", DIZ ACM NETO

Presidente do DEM acredita que se PSDB escolher governador gaúcho nas prévias, chance de construção com outros partidos é maior

O presidente do DEM, ACM Neto, vê o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, como o nome mais viável do PSDB nas prévias presidenciais para viabilizar uma aliança de uma terceira via nas eleições de 2022.

Nas últimas eleições, DEM e PSDB sempre estiveram juntos, mas agora Neto arquiteta uma fusão com o PSL. O líder do DEM deixa claro que as primárias tucanas são soberanas, já que o processo interno vai indicar um candidato para concorrer ao Planalto no ano que vem. Ainda assim, afirma que não tem como deixar de "externar sua simpatia" por Leite, cujo principal adversário é o governador de São Paulo, João Doria.

— Leite é um nome mais agregador, que permite uma construção política mais ampla — disse ao GLOBO.

Enquanto tenta turbinar sua candidatura pelos estados e angariar apoios, Leite tem frisado sua capacidade de aglutinar apoios de outros partidos. Após um encontro com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em São Paulo, nesta quarta-feira, ele citou ACM e o presidente do PSD, Gilberto Kassab, e disse que ambos haviam manifestado que torcem por sua candidatura.

Nas últimas semanas, o governador do Rio Grande do Sul passou a ser especulado como uma possibilidade de vice numa composição do PSDB com forças de centro. Em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", o senador Tasso Jereissati, padrinho político do gaúcho na disputa, disse que vê Leite aberto a negociar uma chapa e que avalia o estilo de Doria mais de confronto do que de diálogo.

— Leite não vai querer impor a candidatura a qualquer custo. Seja no sentido de apoiar ou de ser apoiado — complementa o presidente do DEM.

A sigla que Neto ensaia tirar do papel avalia que tem três nomes de potenciais presidenciáveis e não descarta uma eventual composição com Leite. No PSL, o nome cotado é do apresentador José Luiz Datena. No DEM, por sua vez, há o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta e o presidente do Senado Rodrigo Pacheco. Este último tem flertado com o PSD, mas os dirigentes do embrião novo partido esperam conseguir conter sua saída.

A relação de Neto com Doria está estremecida, após o paulista tirar do DEM o seu vice Rodrigo Garcia, filiado ao PSDB em maio. Na ocasião, ele chamou o paulista de "despreparado" para liderar um projeto nacional e ainda disse que sua "inabilidade política" lhe rendia alta rejeição e afastava os aliados. Agora, ameniza o tom, mas, assim como outros líderes políticos, avalia que o paulista não abriria mão de uma cabeça de chapa.

— O Doria tem dado sinais de que quer ser candidato a presidente de qualquer jeito. E, caso se pretenda viabilizar um projeto maior, é preciso ter uma visão coletiva e não individual. Precisa ser um projeto de uma construção mais ampla, como é o de Leite — afirmou Neto.

Mesmo com as críticas a Doria, o presidente do DEM mantém boas relações com Rodrigo Garcia, provável candidato a sucessão do paulista, e não descarta a possibilidade de apoiar uma eventual candidatura de Garcia. A preferência de Neto, porém, é pelo ex-governador Geraldo Alckmik, cuja candidatura ele tenta atrair para o novo partido. Alckmin, no entanto, tem sinalizado maior inclinação ao PSD.

Fonte: O Globo
Foto: Givaldo Barbosa

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