Opinião de Lira mudou nas últimas semanas, a despeito da bem-sucedida campanha que fez nos bastidores para colar a pecha de “lavajatista” em Mendonça
Dos mais de 100 dias que a indicação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF) está encalacrada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), passou mais de 80 dizendo que o ex-advogado-geral da União de Jair Bolsonaro não passaria no plenário do Senado. A opinião de Lira mudou nas últimas semanas, a despeito da bem-sucedida campanha que fez nos bastidores para colar a pecha de “lavajatista” em Mendonça.
Lira acha que Alcolumbre perdeu o timing de colocar a pauta em plenário e, assim, derrotar a indicação. Acha, assim como várias outras lideranças do Centrão, que o ex-presidente do Senado deveria jogar para o ano que vem o debate sobre o tema. Com o Congresso abarrotado de pautas para resolver, a postergação da sabatina para 2022 passaria batida pela opinião pública.
O clima para Mendonça no Senado, de fato, melhorou nas últimas semanas. A vontade de derrotar o presidente Jair Bolsonaro arrefeceu desde que o presidente parou de atacar o Supremo. Voltou a pesar na avaliação dos senadores as visitas que Mendonça fez a cada parlamentar e a sua boa imagem diante dos ministros do STF. O ex-advogado-geral da União já foi elogiado publicamente pelo presidente da Corte, Luiz Fux, e Omar Aziz, que comandou a CPI da Covid — o colegiado encerrou os trabalhos sugerindo o indiciamento de Bolsonaro por nove crimes.
A propósito, não é só o timing para colocar Mendonça em votação que está no radar do Centrão. Lira busca a melhor maneira para retornar com o debate sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que aumenta o controle externo sobre o Ministério Público — ele foi surpreendentemente derrotado na semana passada por não conseguir alcançar os 308 votos necessários para a aprovação do projeto. O presidente da Câmara não se deu por vencido e quer colocar a PEC em votação novamente assim que entender que terá maioria para aprová-lo — o tal timing. “O jogo só acaba quando termina”, repete a quem lhe pergunta sobre o assunto.
Lira entende que vai precisar dar um verniz mais qualificado para a defesa do projeto e quer colocar a advocacia brasileira no debate público. Mira o Grupo Prerrogativas e a própria Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para conseguir os 11 votos que faltaram na votação em que foi derrotado.
Fonte: O Globo
Foto: Metrópoles
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