Fábio Faria diz que “filé” da estatal ainda é a entrega de mercadorias, mas entrada de concorrentes pode tirar atratividade da venda
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, defendeu nesta quarta-feira a venda dos Correios antes que a empresa perca mais participação no mercado de entrega de encomendas. Ele considera que a entrada de concorrentes – como a DHL, Magalu, Mercado Livre e Amazon – e as greves recorrentes podem tirar a atratividade da venda da estatal e que está é “última janela” de oportunidade.
O projeto de privatização dos Correios já foi aprovado na Câmara, mas está parado no Senado. O governo, no entanto, quer vender a empresa no primeiro trimestre de 2022. O texto precisa ser aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e passar pelo plenário da Casa. A relatório é do senador Márcio Bittar (MDB-AC).
Faria diz que a entrega das encomendas é o “filé” dos Correios, e que só com esse setor em alta haverá interessados na compra da estatal para manter a universalização dos serviços postais e atendimento em localidades remotas.
— A cada ano que passa os Correios vêm perdendo grande parte na sua receita de encomenda e vai chegar a um momento, acredito que em pouco tempo, que nenhuma empresa mais vai se interessar pelos Correios – afirmou durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
O ministro citou que houve 12 paralisações ao longo dos últimos dez anos, e que esse processo de greves trabalhistas levou outras empresas a desenvolverem as próprias redes de logística.
Por isso, argumenta que o governo se preocupa com a queda acentuada na demanda por entrega de encomendas,a partir do avanço de outras empresas, e defende a votação breve da proposta.
— É a última janela que nós temos. Eu tenho certeza do que eu estou falando: nós não temos condições nenhuma de voltarmos a discutir privatização dos Correios aqui a três, quatro anos. Ninguém vai ter interesse – afirmou.
Fonte: O Globo
Foto: Pablo Jacob
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTÁRIO SUJEITO A APROVAÇÃO DO MEDIADOR.