Dona de cabelos brancos e de uma ficha com 45 passagens pela polícia, Maria Odília Guedes do Nascimento, de 62 anos, já passou por presídios como Nélson Hungria e Talavera Bruce, no Complexo Penitenciário de Gericinó. Na segunda-feira, foi presa novamente, por força de uma mandado de prisão preventiva. Suspeita de uma série de estelionatos, a idosa já foi condenada duas vezes pela Justiça do Rio.
Numa delas, tentou convencer ao juízo da 41ª Vara Criminal, que no dia 3 de setembro de 2006, estaria dentro de uma cela do presídio Talavera Bruce. Nesta data, uma mulher foi vítima de furto dentro de uma agência bancária de Botafogo e apontou Maria como autora do crime.
Apesar de ter boa conversa, segundo suas vítimas, a alegação não convenceu uma juíza. A Secretaria de Administração Penitenciária informou que Maria Odília esteve presa de 2001 até o dia 10 de abril de 2006. Naquela ocasião, ganhou direito ao regime semiaberto. Ela saiu do presídio e não voltou por mais de sete meses.
Só se reapresentou dia 6 de dezembro do mesmo ano. Ou seja, na data do crime estava fora da cadeia e era considerada foragida. De acordo com a sentença da 41ª Vara Criminal, a vítima alegou que Maria Odília a procurou querendo alugar um quarto que havia sido anunciado num classificado de um jornal. Na ocasião, Maria disse conhecer pessoas importantes da Bahia e alegou que iria pagar o aluguel adiantado.
Ela acompanhou a vítima até uma agência bancária e disse que iria depositar um cheque de mil reais em uma conta. E que, em troca, queria receber R$ 650, descontando os R$ 350 do aluguel. Como a dona do imóvel não concordou, a golpista pediu seu celular emprestado.
Em seguida, pediu para ir ao banheiro e, ao voltar deu um outro celular de menor valor para a vítima, fugindo em seguida. Por conta da acusação, Maria foi condenada a uma pena de três anos e três meses de prisão.
Maria Odília ficou presa de dezembro de 2006 até novembro de 2016, quando deixou o Talavera Bruce pela porta da frente, após cumprir a maior parte de sua penas ( foi condenada também em outro caso a três anos de prisão).
Mas, não teria parado de cometer crimes. Segundo a delegada Kely Goularte, da 12ª DP (Copacabana), quatro casos recentes estão sendo investigados pela delegacia.
Ela continuaria a agir do mesmo modo que fazia no início da década. Segundo a polícia, a idosa usava sempre a mesma estratégia. Escolhia preferencialmente vítimas idosas que alugavam quartos. A acusada dos golpes dizia que era dona de uma pousada na Bahia e que estava no Rio para operar a vista.
—— Ela passava um cheque do aluguel adiantado e colocava um valor a mais, que pedia para a locatária adiantado. Ela dizia que um parente depositaria o dinheiro e que precisava desse valor adiantado para começar o tratamento. A pessoa só percebia o golpe quando o cheque voltava — afirmou a delegada Kely Goularte, titular da 12ª DP
Nesta terça-feira, a delegada cumpriu mandado de busca e apreensão na casa onde ela morava, em Copacabana. La apreendeu quatro celulares, talões de cheque em nome de terceiros e vários cartões de créditos.
Segundo a polícia, também há investigações em que Maria Odília aparece como suspeita de estelionato na 10ª DP (Botafogo), na 13ª (Ipanema), na 14ª (Leblon), na 15ª (Gávea) e na Delegacia do Idoso.
Fonte: Marcos Nunes/Extra
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