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sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

DIRETOR DE ESCOLA É SUSPEITO DE SUMIR COM DINHEIRO DE PASSEIO E FESTA DE ESTUDANTES

Gestor pediu exoneração no final de novembro de 2024 e não foi mais localizado

Um ex-diretor da Escola Estadual Prudente de Moraes, no Bom Retiro, no centro de São Paulo, é suspeito de desaparecer com valores pagos pelas famílias para custear passeios e festas dos estudantes. Segundo pais, Danyllo Elcio Leite da Rocha pediu exoneração no final de novembro de 2024 e trabalhou pela última vez na última segunda-feira (2/12).

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública do estado afirmou que "a Polícia Civil localizou três registros de estelionato relacionados ao caso. Equipes do 2º Distrito Policial (Bom Retiro) realizam diligências para apurar o número de envolvidos, bem como identificar o autor do crime e possíveis testemunhas".

A escola fica na praça Coronel Fernando Prestes, ao lado da estação Tiradentes do metrô. Danyllo estava em grupos de mensagens com pais de estudantes usados para passar avisos e realizou arrecadações de valores com fins diversos.

Entre elas, havia solicitações para pagamentos de atividades da associação de pais e mestres do colégio, via Pix. A chave de transferência tinha endereço similar ao email oficial da escola, divulgado no portal Transparência Educação do Governo do Estado. Tratava-se, no entanto, de uma conta gratuita hospedada em outro servidor.

Quando a reportagem procurou pelo titular, a chave Pix em questão já havia sido desativada. Segundo pais que falaram com a reportagem, essa conta vinculada à chave também tinha sido utilizada para pagamentos relacionados ao recebimento de camiseta do uniforme escolar que, em regra, é distribuído gratuitamente aos alunos do ensino público.

O grupo também centralizava arrecadações no valor de R$ 180 para custear suposto passeio dos alunos ao Animália Park, em Cotia. Danyllo encaminhou entre setembro e novembro mensagens no grupo sobre formas de pagamento, cobranças e até mesmo documento com o crachá que teria confeccionado para a ida ao parque.

No dia 24 de setembro, Danyllo afirmou no grupo que tinha 253 autorizações assinadas por pais de alunos interessados, e que o pagamento do valor poderia ser feito em dinheiro ou Pix. Os pagamentos em dinheiro deveriam ser feitos para duas vice-diretoras, Rosana e Lucy, que também não trabalham mais na escola.

Ele também afirmou que iria ao passeio com as crianças e tomaria conta delas. "Garanto a vocês que farei o que estiver ao meu alcance para garantir segurança e felicidade aos pequenos nesse dia. Eu também vou, só confio eu mesmo olhando", dizia a mensagem, completada com emojis de estrela e girassol.

Apesar de toda a organização, o passeio não ocorreu. As devoluções de valores não foram realizadas, e outros responsáveis pela organização e recebimento de pagamentos saíram da escola ou se declaram vítimas de Danyllo.

Procurada, a Secretaria Estadual da Educação de São Paulo e a Diretoria de Ensino da região Centro afirmaram que souberam do caso na terça (3) e promoveram uma diligência na escola nesta quinta (5) "para apurar o caso e identificar todos os responsáveis e, assim, tomar as medidas cabíveis". Na nota, os órgãos disseram que o ex-diretor "já responde a uma apuração preliminar que poderá se tornar processo administrativo e que pode resultar em um afastamento definitivo do serviço público".

Fonte: O Tempo com Agências

Foto: Reprodução/Google Street View

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