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segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

CEARÁ INVESTIGA MORTE DE CRIANÇA POR AMEBA "COMEDORA DE CÉREBRO"

A bebê de 1 ano foi levada a uma UBS com sintomas semelhantes aos de amigdalite, mas o quadro rapidamente evoluiu para vômito persistente e complicações neurológicas, como rigidez de nuca e convulsões. Ela morreu em uma semana

A Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) investiga a morte de uma menina de 1 ano e três meses que teria sido infectada por uma ameba super-rara chamada “Naegleria Fowleri”, popularmente conhecida como “ameba comedora de cérebro”. O caso ocorreu em setembro em Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza.

A bebê foi levada a uma UBS em 12 de setembro com sintomas semelhantes aos de amigdalite, incluindo febre alta e dor de garganta. O quadro evoluiu para vômitos persistentes e complicações neurológicas, como rigidez de nuca e convulsões. Transferida para um hospital de referência, iniciou tratamento para meningoencefalite, mas não respondeu à medicação e morreu em 19 de setembro.

A suspeita de infecção pela ameba "Naegleria fowleri" surgiu durante a necropsia, que identificou um organismo unicelular na paciente. Amostras de água coletadas pela Secretaria de Saúde e analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz confirmaram a presença da ameba. Segundo Antonio Silva Lima Neto, secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, a criança pode ter sido contaminada pela água de um reservatório que abastecia sua casa. Se confirmado, este será o primeiro caso fatal da ameba registrado oficialmente no Brasil.

“Comedora de cérebro”

A "Naegleria fowleri", conhecida como "ameba comedora de cérebro", é um organismo unicelular de vida livre responsável pela meningoencefalite amebiana primária, uma inflamação cerebral de rápida progressão.

O protozoário entra no corpo pelo nariz, junto com a água, e migra para o cérebro. Ele habita águas doces e mornas, sendo encontrado em várias partes do mundo, mas que não sobrevive em águas salgadas. Embora raras, as infecções por N. fowleri têm alta letalidade, mais de 97%.

Fonte: Correio Braziliense

Foto: Divulgação/CDC

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