O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, negou que a validade de 1,7 milhões de testes RT-qPCR para detectar a Covid-19 tenha vencido. No entanto, o titular da pasta admitiu que os exames serão trocados “sem nenhum ônus” pelo laboratório fabricante. As declarações foram dadas em conversa com jornalistas na tarde desta sexta-feira (21/5).
No última quarta-feira (19/5), o Metrópoles mostrou que o próprio Ministério admitiu o fim da validade dos exames. “Os 1,7 milhões de testes RT-qPCR que estão fora do prazo de validade serão substituídos pelo fornecedor”, informou órgão, em nota.
Questionado sobre a situação, Queiroga deu outra versão. “O ministério não deixou teste passar de validade nenhuma. O ministério adquiriu uma quantidade muito grande de testes que foram distribuídos aos estados e municípios. Estes testes tempestivamente foram tratados com o fabricante e serão substituídos sem nenhum ônus”, disse. O ministro, no entanto, não detalhou quando ou de que maneira a substituição ocorrerá.
Todos os exames foram comprados pelo governo federal em abril de 2020, via Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). No total, o lote continha cerca de 10 milhões de testes, que foram produzidos pelo laboratório Seegene, da Coreia do Sul. Desde então, quatro ministros já passaram pela gestão da pasta e parte do lote seguiu encalhado.
Nesta sexta-feira, Queiroga anunciou que o governo planeja um programa de distribuição de testes rápidos aos estados e municípios. A ação pretende examinar até 26 milhões de brasileiros por mês, mas ainda precisa ser definida com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems).
Doação
Ao Metrópoles, a empresa Seegene Brazil, que fabricou os testes, informou que irá doar 2 milhões de exames ao governo federal, além de 132 equipamentos para processamento. O laboratório ressaltou que não terá nenhum prejuízo com a doação e que a entrega é um “gesto de boa vontade”.
Os kits já estão disponíveis na Coreia do Sul, sede da empresa, e o “embarque depende apenas de procedimentos burocráticos, que devem estar concluídos nos próximos dias”. Liberados, os testes serão entregues em São Paulo, onde o Ministério da Saúde usualmente estoca o material a ser distribuído aos estados.
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Fonte: Metrópoles/Blog do BG
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