Alvo de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) que envolve suspeitas sobre a movimentação financeira do escritório de advocacia do qual é sócio, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, enfrenta na Justiça de São Paulo uma devassa em suas contas e em seu patrimônio.
À espera de informações bancárias de todos os envolvidos para dar andamento à apuração que busca esclarecer indícios de enriquecimento ilícito de Salles, investigadores no Ministério Público paulista avaliam que a frente aberta pela Polícia Federal no inquérito do STF, ainda que relativa a outros fatos, ajudará a impulsionar o caso.
Por determinação da Justiça de São Paulo, o ministro do Meio Ambiente, a mãe dele, Diva Carvalho de Aquino, e o escritório de advocacia tiveram os sigilos bancário e fiscal quebrados.
Ao Supremo a PF apontou operações financeiras suspeitas de Salles a partir do mesmo escritório durante o período em que exerce o cargo de ministro do Meio Ambiente no governo de Jair Bolsonaro.
As operações ocorrem em meio à suposta prática de crimes na exportação de madeira ilegal.
Entre 2012 e meados do ano passado, o escritório de advocacia movimentou R$ 14,1 milhões, mostrou um relatório do Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) enviado ao STF.
Cerca de R$ 2,8 milhões foram transferidos pelo escritório para a conta pessoal do ministro do Meio Ambiente entre 2012 e 2017.
Em nota à Folha, a assessoria de imprensa de Salles rebateu as suspeitas de irregularidades na conduta do ministro e na contabilidade pessoal e de seu escritório.
“A evolução patrimonial e seus honorários foram declarados pelo próprio ministro em seu Imposto de Renda, não havendo nenhuma irregularidade”, afirmou.
A Promotoria de São Paulo destrincha um salto patrimonial de R$ 7,4 milhões de Salles em um intervalo de seis anos.
A variação ocorreu entre 2012 e 2018, período em que ele alternou a advocacia e cargos no governo Geraldo Alckmin (PSDB) – foi secretário particular do tucano e secretário do Meio Ambiente.
Para dar início à apuração, a Promotoria avaliou informações sobre o que foi recebido por ele tanto do seu escritório como do governo paulista. Concluiu que os dados eram insuficientes para explicar o ganho de patrimônio e foi à Justiça para pedir as quebras.
Fonte: Gláucia Lima
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