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segunda-feira, 31 de maio de 2021

EM 32 ÓRGÃOS PÚBLICOS FEDERAIS HÁ MAIS VAGAS DO QUE SERVIDORES

Há mais postos vagos aprovados do que funcionários trabalhando em 32 órgãos públicos federais. A situação mais grave em termos absolutos é no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que tem 20,3 mil funcionários e 42,4 mil vagas aprovadas – ou seja, 22,1 mil postos sem preenchimento.

As informações são do Ministério da Economia e dizem respeito a vagas para servidores efetivos em abril deste ano. Não são incluídos na listagem servidores do Banco Central do Brasil e das carreiras da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Elas foram coletadas e analisadas pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles.

A gestão pública tem duas categorias para postos de trabalho. A primeira envolve as vagas aprovadas em lei e esse foi o critério utilizado no levantamento acima. A segunda é o das vagas distribuídas, que é quando o órgão responsável pela gestão de pessoas autoriza o preenchimento do cargo.

Caso sejam considerados os órgãos com mais vagas distribuídas do que pessoas trabalhando, o número de órgãos cai para 16. A lista a seguir traz a lista com todos os órgãos que tem mais vagas aprovadas do que pessoas trabalhando.

A falta de servidores faz com que os órgãos tenham dificuldade para cumprir sua missão legal. Sem pessoal suficiente, os profissionais precisam acumular funções, tendo assim menos tempo para dedicar a cada tarefa, ou as unidades precisam cortar serviços.

O professor do departamento de Administração da Universidade de Brasília Francisco Antônio Coelho Júnior aponta que o correto seria haver um “dimensionamento da força de trabalho”. “Esse dimensionamento considera a proporção entre o número de servidores efetivos perante a quantidade de trabalho que precisa ser feita”, explicou. A partir daí, seria possível saber qual o quantitativo ideal sem que haja falta ou sobra de pessoal.

“O que temos observado é que, com a ausência de concurso públicos para determinadas áreas, esse dimensionamento acaba sendo prejudicado, porque pessoas estão se aposentando e não está havendo a renovação”, explicou. “Enquanto falta em alguns, tem outros órgãos públicos que podem ter excesso de contingente.”

Com base nos números do Ministério da Economia não é possível dizer onde há sobra de servidores, já que o banco de dados contém apenas informações sobre as vagas autorizadas, distribuídas e ocupadas em cada órgão.

Um dos órgãos que sofre com a falta de pessoal é o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama). Nesse caso, o governo Bolsonaro é criticado por sucatear intencionalmente a fiscalização ambiental.

“Tem que se fazer diferença entre o que é política de governo e o que é política de estado. Política de governo tem interesses que são legítimos, mas a gente precisa sempre levar me conta o real interesse da administração pública”, alerta o professor.

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Fonte: Metrópoles/Blog do BG

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