Com aprovação de parecer por 14 votos a 5, impeachment vai agora ao plenário da Casa.
Numa rápida sessão de menos de três horas, a comissão especial do impeachment do Senado aprovou nesta quinta-feira, por 14 votos a 5, o parecer final do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) favorável ao julgamento e ao impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. O parecer encerra a segunda fase do processo, chamado "juízo de pronúncia", quando se conclui que há provas para o julgamento final da petista, afastada desde o dia 12 de maio, dia em que foi aprovada a abertura do processo. No dia 9, o parecer será votado pelo plenário do Senado. (Veja como votou casa senador)
Depois de cem dias de trabalho, a comissão especial encerra seus trabalhos. Agora, todos os procedimentos serão em plenário. Já cansados de tantas sessões e discursos repetitivos, os senadores a favor do impeachment foram comedidos. Já os aliados de Dilma foram mais enfáticos ao insistir na tese de "farsa" e de que a petista é vítima de um "golpe". Para agilizar os trabalhos, às 10h32, mesmo com os discursos em andamento, Lira abriu o painel, cujo resultado só seria divulgado ao final. A sessão começou por volta das 9h45.
No dia 9, esse parecer será votado pelo plenário do Senado. Em seguida, haverá prazos para a acusação - os juristas - e a defesa apresentarem seus documentos finais. O julgamento final deverá ocorrer a partir do dia 25, mas a data será fixada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, que é o presidente do processo nessa fase de pronúncia e no julgamento final.
POLÊMICA SOBRE CENSURA DE DISCURSOS
O clima esquentou quando o presidente da comissão especial, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), foi acusado de censura pelos petistas por retirar expressões das notas taquigráficas e da ata. Ele ainda iniciou a sessão fazendo um balanço sobre os dias "tensos e intensos" e disse que o país passa por um momento crítico.
Como fez na sessão de quarta-feira, mandou retirar das notas taquigráficas a expressão "relatório fraudulento", usada pela senadora Fátima Bezerra. Lira perdeu sua tradicional calma diante da acusação do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) de que ele estava fazendo censura. Lira tocou a campainha e disse que os senadores eram livres para se expressarem, mas não iria constar nas notas taquigráficas da sessão.
— Não podemos, em nenhuma hipótese, que o trabalho do senador Anastasia e dos senadores seja chamado de fraude! Quando chamaram a presidente de criminosa, mandei retirar. Quando chamaram o PT de quadrilheiro, mandei retirar. Quando disseram que todos os petistas estivessem presos, mandei retirar — disse Lira.
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Fonte: Cristiane Jungblut e Simone Iglesias - O Globo
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