Em seis semanas, governo de Rodrigo Duterte já teve 402 suspeitos de narcotráfico mortos.
Não levou nem dois meses para que o apelido de El Castigador começasse a valer. Desde que Rodrigo Duterte assumiu a Presidência das Filipinas, 402 pessoas suspeitas de narcotráfico foram mortas e mais de cinco mil se entregaram. A maioria morreu em confrontos com a polícia, mas 154 foram assassinadas por bandidos não identificados. Os métodos de combate ao crime do presidente — os mesmos usados durante os 22 anos em que ele foi prefeito de Davao — são controversos. Mas ele insiste que dão resultados: segundo dados da polícia, o crime baixou 13% desde que foi eleito, há só seis semanas.
— Se assumir a Presidência, posso garantir que não haverá uma limpeza, mas derramamento de sangue — prometeu na campanha.
Mas a luta contra o crime organizado causa preocupação na ONU, e também em organizações de direitos humanos e nos EUA. Famílias de vítimas reclamam que os mortos eram consumidores de drogas, e não traficantes. O modus operandi dos milicianos lembra os “esquadrões da morte”.
— Houve um aumento atroz de mortes extrajudiciais de suspeitos por bandidos não identificados. Isso demonstra que o desconhecimento de Duterte das leis filipinas e dos direitos humanos internacionais na campanha se transformou numa realidade de sua Presidência — criticou Phelim Kine, subdiretor da Human Rights Watch (HRW) na Ásia.
O presidente não mira apenas em peixes pequenos. Há uma semana, denunciou publicamente 158 funcionários vinculados ao narcotráfico, a maioria policiais e militares. A lista ainda inclui três membros do Congresso e sete juízes. Apesar das críticas, sua forma de ação não escandaliza a maior parte dos filipinos.
— A maioria apoia ou tolera a campanha anticrime. Há uma percepção de que só medidas draconianas podem ser efetivas para que se cumpra a lei e se mantenha a ordem — explicou Richard Javad Heydarian, analista político filipino.
As sondagens mais recentes indicam que 91% dos entrevistados confiam em Duterte, porcentagem mais alta obtida por um presidente no país:
— Ainda que sua imagem seja negativa no exterior, ele poderia se transformar no presidente mais forte e popular da História moderna das Filipinas — afirma Jennilyn Olaires, noiva de Michael Siaron, motorista assassinado em plena rua em Manila.
Ao seu lado havia um cartaz escrito “traficante de drogas”. A mulher insiste, no entanto, que Siaron era consumidor de shabu, a metanfetamina que é uma praga no país. E em outra polêmica recente, Duterte chamou Philip Goldberg, embaixador americano no país, de “gay filho da puta” na semana passada.
Fonte: La Nación - O Globo
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