A Justiça determinou o afastamento cautelar da presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PPS), e dos demais membros da Mesa Diretora da Casa para apurar suspeitas de pagamento de propina a deputados distritais. Desde o início da manhã, a Polícia Civil cumpre 14 mandados de busca e apreensão e oito de condução coercitiva na Câmara, na residência de parlamentares, funcionários e ex-servidores.
Além de Celina, também foram afastados da Mesa o primeiro-secretário, Raimundo Ribeiro (PPS), o segundo-secretário, Júlio César (PRB), e o terceiro-secretário, Bispo Renato Andrade (PR). A operação também mira o deputado Cristiano Araújo (PSD). Mesmo com o afastamento dos cargos de direção, eles mantêm o mandato parlamentar. Os investigados são suspeitos de participar de um esquema de pagamento de propina em contratos de UTI. As denúncias foram feitas pela ex-vice-presidente da Casa Liliane Roriz (PTB), que entregou ao Ministério Público gravações comprometendo seus colegas.
O afastamento foi determinado a pedido dos procuradores pelo desembargador Humberto Adjuto Ulhoa e vale até o fim das investigações. Entre os assessores investigados estão Valério Neves Campos, ex-secretário-geral da Câmara Legislativa, o ex-presidente do Fundo de Saúde do DF Ricardo Cardoso e o servidor Alexandre Braga Cerqueira. Valério chegou a ser preso na Operação Lava Jato acusado de ser operador do esquema envolvendo o ex-senador Gim Argello (PTB).
Segundo o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), o objetivo da operação, denominada Drácon, é buscar provas dos crimes de corrupção ativa, passiva ou concussão envolvendo os distritais e servidores.
Eleito nesta segunda (22) para a vaga de Liliane Roriz na vice-presidência da Mesa Diretora, o distrital Juarezão (PSB) não é alvo da operação. Portanto, vai assumir o comando da Casa temporariamente.
Afastamento
Em nota divulgada semana passada, entidades da sociedade civil cobraram o afastamento de Celina Leão da presidência da Câmara até que as apurações fossem concluídas. A deputada disse que não se licenciaria do cargo. Na quinta-feira, Celina chamou Liliane de “mau-caráter” e “invejosa”.
“As gravações são uma armação de uma parlamentar da base do governo que responde a um processo por quebra de decoro e está prestes a ter o mandato cassado”, disse a presidente da Câmara Legislativa. “A emenda da acusação foi feita pela própria Liliane Roriz. E esta não foi a única emenda dela para a saúde”, rebateu em entrevista coletiva.
Fonte: Edson Sardinha/Congresso em Foco
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