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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

CITADO EM ESCÂNDALO, DEPUTADO PEDE AFASTAMENTO DA CPI DA SAÚDE.

Deputado Bispo Renato (PR) já estava suspenso da 3ª Secretaria da Mesa Diretora. Ele foi citado nas denúncias de corrupção feitas pela ex-vice-presidente da Câmara Legislativa, Liliane Roriz (PTB).

O deputado Bispo Renato Andrade (PR) comunicou seu afastamento temporário como membro titular da CPI da Saúde até o esclarecimento dos fatos que envolvem seu nome. Segundo o distrital, a medida busca o prosseguimento da isenção e imparcialidade dos trabalho da CPI. Em seu lugar na comissão parlamentar de inquérito, entra o suplente Agaciel Maia (PR) – que pertence ao mesmo bloco parlamentar.
Em nota divulgada à imprensa, Bispo Renato reafirma seu “total apoio, confiança e credibilidade aos membros da comissão, na certeza de que em breve retornará aos trabalhos para dar continuidade às investigações”. O deputado deixa os trabalhos na CPI um dia após ter sido afastado da Terceira Secretaria da Câmara Legislativa por decisão judicial.
Entenda o caso
Na semana passada, áudios divulgados pela ex-vice-presidente da Câmara Legislativa Liliane Roriz (PTB) sugerem o envolvimento da Mesa Diretora, inclusive a presidente da Casa, Celina Leão, em um esquema de desvio de recursos da saúde por meio de emendas parlamentares.
Nessa terça (23), uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público do Distrito Federal afastou os parlamentares suspeitos dos cargos na Mesa Diretora e vasculhou gabinetes e residências dos deputados e assessores investigados.
Segundo Liliane Roriz, as gravações foram feitas no final do ano passado, quando os parlamentares decidiam o que seria feito com a sobra no orçamento da Casa no valor de R$ 31 milhões. Inicialmente, a quantia seria destinada para o custeio de reformas de escolas públicas. De última hora, no dia 29 de dezembro, porém, os parlamentares decidiram realocar o dinheiro para a saúde com o propósito de pagar faturas vencidas com uma empresa que presta serviços de UTIs na rede pública.
Liliane diz que o objetivo da mudança de rumos do dinheiro era desviar parte dos recursos para os deputados. Segundo as gravações, inicialmente os parlamentares, por intermédio do então secretário-geral da Casa, Valério Neves, tentaram fazer uma negociação com Afonso Assad, presidente da Associação Brasiliense de Construtores. Porém, em um dos áudios, Valério diz que Assad “não poderia garantir nada”.
Com o recuo de Assad, Valério afirma nos áudios que o deputado Cristiano Araújo teria conseguido o “negócio” das UTIs. Ao dizer o quanto os “hospitais iam retornar”, Valério sussurra que seria “em torno de 7%”. Ele afirma, na gravação, que todos os integrantes da Mesa Diretora sabiam do combinado. Procurada por Celina Leão, Liliane Roriz foi informada que “se houvesse algum tipo de acordo, seria para todos”.
Em paralelo com o escândalo na Câmara Distrital, denúncias de corrupção na área são investigadas pela CPI da Saúde, que também se baseia em áudios para apurar suspeitas. Os áudios em questão, porém, foram gravados pela sindicalista Marli Rodrigues e envolvem membros do Executivo Local, como o vice-governador Renato Santana.
Com o afastamento de Celina Leão da presidência da Casa, assumiu o posto o deputado Juarezão (PSB), aliado do governador Rodrigo Rollemberg, e que foi eleito para a vice-presidência no lugar de Liliane Roriz.

Fonte: Congresso em Foco

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