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domingo, 3 de novembro de 2024

BRIGA DE PROFESSORES DE DIREITO VIRA CASO DE POLÍCIA

Uma reunião dos professores de Direito Civil da USP (Universidade de São Paulo) quase terminou em troca de socos. Só não terminou porque "dois ou três" professores seguraram o chefe do departamento, Eduardo Cesar Silveira Vitta Marchi, quando ele partia para cima do colega José Fernando Simão.

O caso já foi levado à Justiça e à Polícia Civil de São Paulo. Simão pediu a abertura de um inquérito por ameaça à Polícia e ajuizou uma ação por danos morais, por ter sido xingado e ameaçado pelo colega.

Na Justiça, Simão já conseguiu uma "medida protetiva": em 6 de outubro, o juiz Felipe Poyares Miranda, da 16ª Vara Cível, ordenou a Marchi que "observe o dever de urbanidade e se abstenha de adotar qualquer comportamento em tese passível de ofender a integridade física ou psicológica da parte autora [Simão]", sob pena de R$ 10 mil "por ato" de desrespeito à decisão.

A discussão aconteceu em junho. O UOL teve acesso aos autos e a gravações da reunião.

Tudo começou porque Simão insistiu para que Marchi colocasse em votação o regime de contratação de duas vagas para professor doutor que seriam abertas no departamento.

Foi a gota d'água para o chefe do departamento: "Você pode ficar quieto? Senão vou pedir para você se retirar".

"Ninguém se manifestou, só você está se manifestando, vai continuar se manifestando do mesmo jeito?", desafiou Marchi.

"Vou [continuar me manifestando]", disse Simão. Os professores já vinham de insatisfações anteriores com o professor, por ele ter aberto e depois fechado uma vaga para professor titular, sem consultar  o colegiado.

Da discussão sobre os professores doutores, no entanto, Marchi não queria sair derrotado. "Vou retirar esse assunto de pauta e levar para a Reitoria", disse, depois de perceber que estava em minoria.

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Fonte: Pedro Canário/UOL

Foto: Marcelo Munhoz/Wikimedia Commons

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