Engenheiro foi diretor de Abastecimento da Petrobras e devolveu à estatal cerca de R$ 79 milhões.
Morreu na tarde de sábado (13), aos 68 anos, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos principais delatores de esquemas de corrupção da Operação Lava-Jato. A informação foi confirmada ao GLOBO por familiares de Costa. A causa da morte não foi divulgada.O engenheiro ficou nacionalmente conhecido por ter sido preso no âmbito da Lava-Jato, em 2014, e por ter sido delator de esquemas de corrupção na estatal. Conhecido como 'delator-bomba', Costa, que teria sido indicado ao cargo pelo PP, foi preso depois do doleiro Alberto Youssef, outro alvo da operação e seu parceiro de negócios.
Em acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal, Costa revelou esquemas de enriquecimento ilícito que beneficiavam políticos e confessou ter recebido subornos de empreiteiras que faziam um cartel na petroleira. O ex-executivo delatou, entre outros, o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney. Deu informações que levaram a investigações, ainda, ao atual ministro da Casa Civil Ciro Nogueira (PP) e aos ex-senadores Romero Jucá (MDB-RR) e Edison Lobão (MDB-MA), além do senador Renan Calheiros (MDB-AL). Todos negaram envolvimento com irregularidades à época.
Na ocasião da assinatura do acordo com a Procuradoria, Costa renunciou a cerca de US$ 23 milhões mantidos em contas na Suíça, à época bloqueados, além de mais US$ 2,3 milhões em Cayman. Na época, o ex-diretor devolveu R$ 79 milhões à Petrobras. Os prejuízos com os esquemas de corrupção foram calculados na ocasião em R$ 1,3 bilhão.
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Fonte: Ivan Martínez-Vargas/O Globo
Foto: André Coelho/Agência O Globo
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