A estudante de jornalismo Patricia Lelis, de 22 anos, denunciou nesta sexta-feira (5) o deputado federal Marco Feliciano, do PSC, por assédio sexual. A jovem prestou depoimento durante a tarde no 3ª DP da capital, em Santa Efigênia.
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A ação teria ocorrido no dia 15 de junho, no apartamento funcional do parlamentar, em Brasília. Ex-presidente da juventude do partido, Patricia afirma ter sido convocada ao local para uma suposta reunião. Ao chegar, no entanto, encontrou o deputado sozinho.
"Ele me prometeu um cargo no PSC com salário de 15 000 reais se eu topasse ser sua amante", contou Patricia. "Eu neguei e ele ficou bravo. Tentou tirar minha roupa à força, me deu um soco na boca e um chute na perna", completou.
A mãe da da garota também prestou depoimento e confirmou a agressão.
"Vi a boca dela machucada, com a marca dos dedos do Feliciano. A perna dela ficou toda roxa por causa de um chute, achei que tivesse quebrado", diz Maria Aparecida de Souza.Após o episódio, Patricia teria solicitado ajuda ao partido mas, segundo sua denúncia à Polícia, acabou alvo de uma tentativa de suborno por parte do Pastor Everaldo, presidente da sigla, em julho.
"Ele me ofereceu um saco de dinheiro, mas eu neguei".
O caso veio à tona no começo da semana mas, em um primeiro momento, foi desmentido pela própria Patrícia, em um vídeo divulgado na quinta-feira em redes sociais. Nesta sexta, no entanto, ela contou à polícia que foi forçada a gravar as imagens pelo chefe de gabinete de Feliciano, Talma de Oliveira Bauer.
"Vim a São Paulo por causa de compromissos profissinais e me hospedei em um hotel no Largo do Arouche. Quando o Bauer soube, foi até lá armado e me forçou a me obrigou a gravar o vídeo", conta.
Devido à ameaça, a Polícia Civil deteve Bauer na tarde desta sexta (5) e vai pedir a prisao temporária do assessor sob a acusacao de sequestro, ameaça e constrangimento.
"Ainda estamos apurando as denúncias contra o assessor", afirma o delegado titular do 3º DP, Luis Roberto Faria Hellmeister. "Quanto ao político, os autos serão enviados para Brasília."
Antes de ser preso, o chefe de gabinete negou todas as acusações e afirmou que "o pastor Feliciano é um homem correto e religioso". O deputado não foi encontrado para comentar as denúncias.
Em seu depoimento à polícia, Patricia também afirmou que recebeu uma ligação do Pastor Everaldo na manhã desta sexta, em que ele teria feito ameaças para ela negar o episódio.
Abaixo, o áudio de uma conversa entre Bauer e Patrícia gravada também na manhã desta sexta (5), em que o assessor nega as acusações contra o Pastor Everaldo:
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Fonte: Sérgio Quintella/vejasp.abril.com.br
Foto 2: Alan Marques/Folhapress
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