O ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, negava de forma veemente que havia pedido demissão de seu cargo até o início da noite de ontem. Trancado em seu gabinete no Centro do Rio, cercado por aliados e dirigentes locais do PT, o ainda ministro afirmou que não tomaria nenhuma iniciativa até se encontrar com a presidenta Dilma Rousseff - o que deve ocorrer hoje. O Ministério das Relações Institucionais é responsável pela articulação política do governo federal.
Seus assessores também negaram que eles haviam se encontrado na quarta-feira. Ele ficou muito irritado quando começaram a sair as primeiras notícias sobre sua saída do governo. A interlocutores, o ministro confirmou o incômodo com colegas do partido que já estão negociando seu cargo antes mesmo de sua saída ter sido oficializada.
Para o ministro, os ataques contra ele vêm principalmente dos deputados petistas Arlindo Chinaglia, Paulo Teixeira e Henrique Fontana. O senador Lindberg Farias, também do PT do Rio, é outro que aliados do ministro apontam como um de seus detratores.
O clima no gabinete de Luiz Sérgio era de fim de festa. Embora todos negassem que ele fosse pedir demissão, era senso comum de que sua permanência na pasta estava chegando ao fim. O importante era manter a posição de que não partiria dele a iniciativa de sair.
Com a saída do ministério, Luiz Sérgio deve reassumir seu mandato de deputado federal na Câmara e a presidência do PT no Estado do Rio. Em fevereiro, seguindo a orientação da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, o ministro se afastou do cargo na direção da legenda. A licença expira em julho e, provavelmente, não precisará ser renovada.
O ministro passou o dia no Rio, onde cumpriu agendas. De manhã, ele declarou estar "confiante" numa solução para as disputas internas entre diversas alas do PT interessadas em seu cargo.
"Questões como essa se resolvem com conversa. É com diálogo que se chega a um bom resultado, estou confiante nisso", declarou o ministro, antes de iniciar sua participação n reunião Diálogos Federativos da Região Sudeste, num hotel de Copacabana, na zona sul da cidade.
Ele ainda repetiu o mote que vem usando nos últimos dias: "Na política, há momentos para se falar, há momentos em que o político fala muito, e há momentos para se calar. O meu momento é de silêncio". Luiz Sérgio já resistia a falar sobre sua fritura e ainda evitou a imprensa ao final do evento, saindo pela porta dos fundos do hotel. No início da tarde, ele almoçou na Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomercio), antes de seguir para o escritório.
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