O PSDB entrou com uma representação no Ministério Público de São Paulo pedindo para que a Procuradoria-Geral de Justiça investigue a compra do imóvel alugado pelo ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci em Moema, zona sul da capital. Para os tucanos, há indícios de que o dinheiro usado no negócio tenha sido fruto de lavagem de dinheiro e corrupção em prefeituras.
Mas no documento, assinado pelo presidente do PSDB paulista, deputado estadual Pedro Tobias, a única prefeitura citada é a de Mauá, na Grande São Paulo, onde o proprietário do apartamento, Gesmo Siqueira dos Santos, é filiado ao PT. Segundo a representação, o partido "possui íntima relação" com a cidade, por se tratar de uma das primeiras prefeituras conquistadas pela legenda. Atualmente, o prefeito da cidade é o petista Oswaldo Dias.
Citando a Polícia Civil e o Ministério Público, o PSDB diz haver indícios de que Santos esteja relacionado a um esquema milionário de lavagem de dinheiro e a uma organização criminosa. Por suspeitar que a empresa Lion Franquia e Participação Ltda, uma das donas do imóvel, seja "de fachada", os tucanos pedem que a procuradoria apure qual a relação de Santos com Palocci, quem é o real proprietário do imóvel e qual a origem do dinheiro usado na compra.
"(Há) indícios de que se trata de produto de corrupção em prefeituras paulistas e de dinheiro proveniente de crimes contra a ordem tributária, denotando, assim, a lavagem de dinheiro", afirma o PSDB.
Na representação, que tem como base reportagem da revista Veja, o PSDB procura associar Palocci e o PT ao suposto esquema praticado por Santos. "A questão trazida à baila por meio da presente representação denota, inequivocamente, um sofisticado e milionário esquema de lavagem de dinheiro (envolvendo personalidade de grande relevo público bem como conhecido empreendedor do crime, curiosamente filiado ao Partido dos Trabalhadores) que começou a ser desvendado, merecendo a respectiva e contundente apuração".
De acordo com o texto, Santos já foi alvo de 108 inquéritos policiais - "a maioria por fraude em documentos, adulteração de combustível e sonegação fiscal" - e é, segundo a polícia, um "conhecido lavador de dinheiro".
"Buscando ocultar o patrimônio de seus 'clientes', os quais não querem ter sua fortuna divulgada, montou uma rede de cerca de 15 laranjas, utilizando, para suas práticas criminosas, os nomes e dados pessoais de sua mãe, esposa, sogra, sobrinhos e da empregada, sendo certo que entre os anos de 2002 e 2011 teve 57 empresas registradas em seu nome ou no de integrantes de sua quadrilha", diz a representação.
O PSDB afirma ainda que entre 2005 e 2007 as empresas de Santos movimentaram uma quantia de R$ 35 milhões, "dinheiro este de origem absolutamente dúbia". O suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de postos de combustível veio à tona em 2005, segundo o partido, quando uma operação policial descobriu 22 mil notas fiscais falsas, em duplicidade ou pertencentes a empresas já desativadas.
"Curioso que Gesmo, laranja profissional, filiado ao Partido dos Trabalhadores desde os idos de abril de 1988, é investigado há aproximadamente uma década, tendo prestado depoimento em uma única oportunidade, após o que tomou rumo até hoje ignorado", afirma o PSDB.
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