Detento foi brutalmente atacado durante banho de sol em unidade de Potim, com registro de pichação com sangue que dizia “novo cangaço”
Além dele, outros dois detentos, de 40 e 45 anos, ficaram feridos.
Fontes da Polícia Penal afirmaram, em condição de sigilo, que a vítima fatal teria sido “aberta ao meio”, teve as “tripas arrancadas” e, com o sangue dela, foi escrito “novo cangaço” em uma das paredes da unidade.
A pichação faz referência a uma prática criminosa, na qual quadrilhas sitiam cidades do interior, com armas e táticas de guerra, para invadir e assaltar agências bancárias.
“A unidade lá virou oposição [ao Primeiro Comando da Capital]. Cada pavilhão tem um tipo de preso. As cadeias que não têm PCC, são desse jeito. Agora, esse negócio de escrever nome [com sangue] é a primeira vez que vejo”, afirmou uma das fontes.
Ao Metrópoles a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que, ainda na sexta-feira, quatro homens — com idades entre 31 e 40 anos — foram presos em flagrante pela morte de Fagner.
O motim, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), teria sido contido pela Célula de Intervenção Rápida, quando presos de um pavilhão “agrediram outros detentos durante o banho de sol”.
“Ele está descalço”
Familiares de presos, também ouvidos em sigilo, afirmaram que casos de violência tornarem-se cotidianos em Potim, após detentos de grupos rivais serem trancafiados na mesma unidade, na qual não há “lideranças” do crime para conter os ânimos.
“Estou já [há] um mês tentando um retorno da diretoria de lá, porque mandei um Sedex com comida, itens de higiene e cigarros para o meu parente, que não recebeu nada até agora. Ele está descalço, sendo que eu mandei chinelos para ele”, afirmou uma familiar de detento.
Ela acrescentou que nenhum funcionário atende a seus telefonemas ou respondeu um dos oito e-mails encaminhados diretamente à direção da unidade. A mulher acrescentou que, em outras “unidades de oposição ao PCC”, as facções ou quadrilhas rivais são divididas em raios, nos quais há um “piloto” (liderança) que garantiria a paz entre o presidiários.
O Metrópoles apurou que Fagner declarou, em setembro de 2020, pertencer à Massa Carcerária, facção cearense. Três anos depois, ele declarou integrar o Comando Vermelho, como consta em documentos da SAP do Ceará.
Até a publicação desta reportagem, o corpo dele seguia no Instituto Médico Legal (IML).
Fonte: Alfredo Henrique/Metrópoles
Foto: Reprodução/SAP-CE
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