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terça-feira, 14 de dezembro de 2021

SETOR DE SERVIÇOS CAI 1,2 % EM OUTUBRO E REGISTRA 2ª QUEDA SEGUIDA

Setor permanece acima do patamar pré-pandemia, mas reduziu a distância em relação ao nível de fevereiro de 2020.

O volume de serviços prestados no Brasil caiu 1,2% em outubro, na comparação com setembro, na segunda retração mensal consecutiva, mostram os dados divulgados nesta terça-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Essa perda não elimina o ganho de 6,2% observado no período abril-agosto, mas reduz o distanciamento em relação ao nível pré-pandemia. Em agosto, o setor estava 4,1% acima do patamar de fevereiro de 2020, passando para 3,3% em setembro e 2,1% agora em outubro”, destacou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa.

Com a segunda queda seguida, o setor está agora 9,3% abaixo do recorde alcançado em novembro de 2014.

O IBGE também revisou o resultado de setembro, de queda de 0,6% para uma retração de 0,7%.

Quatro das cinco atividades investigadas tiveram queda em outubro, com destaque para serviços de informação e comunicação (-1,6%).
“O segmento que mostrou o principal impacto negativo foi o de telecomunicações. Essa queda é explicada pelo reajuste nas tarifas de telefonia fixa, que avançaram 7,33% nesse mês. Essa pressão vinda dos preços, acabou impactando o indicador de volume do subsetor”, explicou Lobo.
Por outro lado, os serviços prestados às famílias cresceram 2,7% na passagem de setembro para outubro, emplacando a sétima alta consecutiva. Ainda assim, é o segmento que se encontra mais distante do patamar pré-pandemia, estando 13,6% abaixo do patamar de fevereiro de 2020.

Regionalmente, 23 das 27 unidades da federação tiveram retração em outubro de 202. O impacto mais importante veio do Rio de Janeiro (-3,2%), seguido por São Paulo (-0,5%), Rio Grande do Sul (-4,0%), Paraná (-2,1%) e Mato Grosso (-6,0%). Do lado das altas, o Ceará (2%) registrou a principal expansão.

Veja o resultado dos subgrupos de cada grande atividade:
Serviços prestados às famílias: 2,7%
Serviços de alojamento e alimentação: 2,5%
Outros serviços prestados às famílias: 1
Serviços de informação e comunicação: -1,6%
Serviços de tecnologia da informação e comunicação (TIC): -1,2%
Telecomunicações: -2,2%
Serviços de tecnologia da informação: -0,2%
Serviços audiovisuais: -1,7%
Serviços profissionais, administrativos e complementares: -1,8%
Serviços técnico-profissionais: -4,1%
Serviços administrativos e complementares: -1,3%
Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: -0,3%
Transporte terrestre: 1%
Transporte aquaviário: 1,4%
Transporte aéreo: -5,3%
Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio: -1,4%
Outros serviços: -6,7%

O índice de atividades turísticas cresceu 1% na passagem de setembro para outubro, registrando a sexta taxa positiva consecutiva. Contudo, o segmento ainda se encontra 19,5% abaixo do patamar de fevereiro do ano passado
O setor de serviços é o que possui o maior peso na economia brasileira e foi o mais atingido pela pandemia de Covid-19, mas tem sido o principal destaque de recuperação em 2021, favorecido pelo avanço da vacinação e pela reabertura da economia.

No 3º trimestre, o PIB (Produto Interno Bruto) de serviços cresceu 1,1%, enquanto que a economia brasileira como um todo teve retração de 0,1%, o que colocou o país em recessão técnica.

A desaceleração da economia vem sendo pressionada pela escalada da inflação, alta dos juros, queda de renda das famílias, aumento do endividamento, desemprego ainda elevado e preocupações com a situação das contas públicas. A confiança do consumidor cai em novembro para o menor nível desde abril, segundo sondagem da Fundação Getúlio Vargas.

Na semana passada, o IBGE mostrou que as vendas do comércio caíram em outubro pelo 3º mês seguido, contrariando as expectativas de alta. Já a produção industrial teve a quinta retração mensal consecutiva.
O mercado passou a projetar um avanço de 4,65% para o PIB em 2021. Já a previsão de crescimento para o ano que vem agora está em apenas 0,50%. E parte dos analistas já fala em estagnação e até mesmo uma nova recessão.

Para a inflação de 2021, a expectativa é de uma taxa de 10,05% em 2021 e de 5,02% em 2022, também acima do teto da meta do governo. Já a expectativa para a taxa básica de juros da economia ao final de 2022 foi elevada de 11,25% para 11,50%.

Fonte: G1
Foto: IBGE

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