Com a proposta, entidade espera incrementar os lucros na casa dos quatro bilhões de dólares
Na última segunda-feira, a Fifa reuniu os líderes das principais federações internacionais em um congresso que teve como principal pauta a proposta de realizar a Copa do Mundo a cada dois anos. No evento, que contou com a apresentação de resultados de estudo de viabilidade, executivos da entidade falaram em repassar até 16 milhões de dólares (92 milhões de reais) a cada federação caso a mudança na frequência do torneio seja aprovada.
O estudo tem 700 páginas e entidade apresentou um sumário dos seus resultados. O assunto, que gera polêmica e críticas de players importantes do futebol internacional, como o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, foi debatido, mas nenhuma votação foi marcada pelos dirigentes. Há um congresso da Fifa marcado para 31 de março de 2022, em Doha (Qatar).
— Se eu abrisse a votação, provavelmente a maioria votaria pela Copa a cada dois anos. Mas esse não é o tópico da vez, estamos analisando o calendário de forma completa e como podemos tornar o futebol melhor, o que podemos trazer para criar uma nova forma de organizar o futuro do esporte — resumiu o presidente Gianni Infantino, sobre o clima do encontro.
No evento, executivos da Fifa cogitaram a ideia do repasse de mais de 3 bilhões de dólares do faturamento extra que o possível Mundial a cada dois anos traria para um "Fundo Solidário às Associações Membros". Na prática, cada federação poderia receber 16 milhões de dólares (92 milhões de reais) a cada quatro anos, além de outros valores para financiar projetos em desenvolvimento. Os repasses seriam uma tentativa de reduzir as diferenças entre mercados mais e menos desenvolvidos no futebol mundial, segundo a entidade.
Na última sexta-feira, a Uefa apresentou um estudo da consultoria Oliver & Ohlbaum que alertou para um possível queda no faturamento das federações caso a mudança no calendário aconteça. As perdas seram de 2,5 a 3 bilhões de euros a cada quatro anos.
No evento, a Fifa contra-argumentou com um estudo da italiana Open Economics alegando que os faturamentos das ligas domésticas e das competições da Uefa não seriam afetados por competições de seleções ou internacionais envolvendo clubes. Outro estudo, da consultoria Nielsen, prevê um aumento de 7 bilhões para 11,4 bilhões em retorno financeiro caso a Copa do Mundo torne-se bienal.
— Temos oposição quanto à ideia, mas temo que 90% dessa oposição seja por emoção e não por fatos e análises. Temos que superar esse medo, muito da emoção vem do medo — diz Arsene Wenger, diretor de Desenvolvimento Global de Futebol da Fifa.
Fonte: O Globo
Foto: Marcelo Theobald
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