O escritor e guru do bolsonarismo Olavo de Carvalho disse que foi "usado" por Bolsonaro durante a campanha eleitoral para conseguir se eleger.
— Ele me usou como poster boy, ele me usou para se promover e se eleger. Depois disso não só esqueceu tudo o que eu dizia, mas até os meus amigos que estavam no governo ele tirou. Para mim isso não significa nada, porque eu só indiquei dois ministros por uma questão de educação — declarou Olavo, nessa segunda-feira, durante entrevista ao vivo em um perfil conservador no Youtube, em que também participaram os ex-ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Abraham Weintraub (Educação).
O escritor garantiu que a indicação de ministros “não foi um ato político, foi um ato de polidez pessoal”. Além disso, Olavo negou ser guru do presidente.
— Muita gente diz que eu sou o guru do Bolsonaro, isso é absolutamente falso. Eu conversei com o Bolsonaro quatro vezes na minha vida e duvido que ele tenha lido o meu livro inteiro. Nem aquele livro único, ele não leu inteiro. Se ele tivesse lido com atenção, tem muita coisa que ele fez que ele não faria. E os demais livros e o meu curso? Eu tenho um curso que eu dei 570 aulas. Ele assistiu alguma? Nenhuma. Então, a minha influência sobre o Bolsonaro é zero — afirmou.
Olavo também afirmou que Bolsonaro não tem poder político e que precisa “acordar” para poder vencer as próximas eleições. De acordo com Carvalho, o presidente “perdeu tempo” no começo do mandato quando foi “tratar de querer parecer um bom administrador, parecer ser o novo Juscelino Kubitschek”.
— Existe uma chance (do Bolsonaro vencer as eleições) se o Bolsonaro acordar e eu não sei como fazer o Bolsonaro acordar. Tudo o que ele faz é para perder a guerra, ele só não perde a popularidade. Popularidade não é poder. Evidentemente o povo brasileiro não tem poder nenhum A elite inteira está contra o Bolsonaro e ela continua mandando no pedaço.
Apesar das críticas, Olavo afirmou que não irá retirar o apoio do presidente, porque “não tem outro” candidato para assumir o lugar de Bolsonaro.
Fonte: Sonar
Foto: Reprodução
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