Wagner Rosário diz que explicação sobre critérios do orçamento secreto cabe ao Congresso e nega intenção de dificultar acesso à agenda de autoridades: ‘Uma coisa é transparência, outra é virar Big Brother’
O ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, afirmou que os critérios para a distribuição das emendas de relator nunca foram claros, mas ressaltou que o assunto deve ser tratado pelo Congresso e negou que a Controladoria-Geral da União (CGU), da qual está à frente, tenha demorado a agir em relação a suspeitas nos repasses. O titular da pasta também rebateu as acusações de que falta transparência ao governo do presidente Jair Bolsonaro e ironizou as críticas sobre a expansão do prazo para as autoridades divulgarem suas agendas públicas — “não é Big Brother”, disse.
A CGU demorou a entrar na investigação sobre as suspeitas de desvios a partir do Orçamento Secreto?
Problema de falta de clareza nessa distribuição da emenda de relator sempre existiu, mas passou a ser um montante maior com a RP-9 (dispositivo criado no governo Bolsonaro). A briga é para saber por que o relator colocou o dinheiro em determinada área, quem pediu, qual foi o acerto, qual foi o deputado que indicou, quem foi o senador. É uma cobrança que tem de ser feita ao Congresso. Estamos trabalhando para vincular as licitações (no destino final das emendas) às ações orçamentárias. Não temos problema em dar transparência a todos os dados.
O presidente afirma que não há corrupção no governo. É possível dizer isso?
Nunca admito que não tem corrupção. Fizemos operações dentro do governo e vamos continuar. O que dizemos é que não temos o envolvimento da alta cúpula do governo em grandes esquemas.
A CPI da Covid avançou sobre suspeitas de irregularidades na compra de vacinas pelo Ministério da Saúde. A CGU falhou em não apontar isso antes?
Não vi nada que a CPI conseguiu mostrar que foi uma falha de controle do governo. Denúncia chega todo dia, vai para investigação. Para colocar a idoneidade de uma pessoa em dúvida, precisa ter uma investigação e o direito de ampla defesa.
Uma crítica feita ao texto do projeto enviado ao Congresso é não determinar uma quarentena para servidores atuarem como representantes de interesses.
O que acho que existe nessa questão é mais um corporativismo desse pessoal para evitar que outros entrantes de mercado venham, mas não vejo uma função prática de prever a quarentena no PL do Lobby já que já temos uma lei de conflito de interesses para os cargos necessários.
Fonte: O Globo
Foto: Cristiano Mariz
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