Deputados federais do PSB informaram ontem ao presidente do partido, Carlos Siqueira, que são amplamente favoráveis a criar uma federação com o PT e outros partidos de esquerda, como PCdoB, PV, Psol e Rede, numa aliança contra a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) em torno da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Esse movimento isolaria o pré-candidato Ciro Gomes (PDT).
De 30 deputados, 25 foram ao almoço e apenas um se manifestou contra a aliança, que obrigaria a montagem de chapas conjuntas em todos os Estados do país.
Reunião não era deliberativa porque a decisão não é da bancada, mas, com essa informação, Siqueira ficou de convocar os presidentes dos diretórios estaduais e depois o diretório nacional para decidir.
Ainda não está claro quais partidos estarão nessa federação porque depende da negociação com as outras siglas, mas a maioria dos deputados deseja que a aliança vá além das legendas menores e junte também os petistas.
“O ponto chave é que o indicativo da bancada foi aprovado com a inclusão do PT”, afirmou o líder do PSB na Câmara, deputado Danilo Cabral (PE), segundo o jornal.
Parte da cúpula do PSB teme que, por ser um partido hegemônico, o PT possa ditar as regras e os rumos da federação, mas Cabral minimiza esse risco dizendo que a regulamentação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está sinalizando que os partidos terão autonomia, podendo manter inclusive o número próprio.
No encontro, a maioria dos críticos à federação se ausentou e apenas o deputado Heitor Schuch (PSB-RS) se posicionou contra à inclusão do PT. Ele alegou que há divergências sólidas com o partido no Rio Grande do Sul e que, nos últimos anos, foi bastante crítico às posturas dos petistas.
Outros deputados também alegaram divergências grandes nos Estados, mas ponderaram que, diante da conjuntura, não se posicionariam contra.
O motivo é o fim das coligações, que obrigará cada legenda a lançar sozinha as chapas na eleição de deputado e põe em risco a reeleição de vários deles.
Do lado do PCdoB, pesa também a cláusula de desempenho, que ameaça deixar o partido sem fundo partidário e propaganda na TV e rádio caso não atinja o número mínimo de votos em 2022.
Na eleição passada, em 2020, a sigla só se salvou ao incorporar o PPL.
Fonte: DCM
Foto: Reprodução
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