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sexta-feira, 3 de junho de 2011

NOVO PROGRAMA COMBATE A POBREZA.

A presidenta Dilma Roussef lançou ontem o Brasil sem Miséria, programa de combate à pobreza e que vai custar cerca de R$ 20 bilhões por ano. O plano prevê a retirada de 16 milhões de pessoas da extrema pobreza até 2014. Na solenidade de lançamento, a presidenta lembrou que a pobreza nunca foi olhada como deveria pelos governantes que a antecederam, à exceção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, único que citou como preocupado com a questão da miséria no país. Segundo Dilma, Lula enxergou os pobres como "seres capazes de construir sua própria riqueza, sua dignidade".
"Foram precisos mais de quatro séculos para que o combate à pobreza se convertesse de fato em política prioritária de governo. Os nossos pobres já foram acusados de tudo, inclusive de serem responsáveis pela sua própria pobreza", afirmou Dilma, ressaltando que o ex-presidente Lula foi um dos inspiradores do plano lançado ontem.
"Já disseram que, se nós déssemos o Bolsa Família, eles [os mais pobres] se conformariam com a pobreza. Já disseram, de forma absurda, que as causas da pobreza eram o clima tropical, o nosso sol, e a miscigenação. Já disseram, e em parte tinham razão, que se a gente fosse olhar a raiz, uma das causas de nossa pobreza era a escravidão. Mas a escravidão passou há muito tempo e a falta de vontade política ultrapassou a escravidão", disse a presidenta. O Plano Brasil sem Miséria articula e amplia programas já existentes, como o Bolsa Família, que passa a atender mais 1,3 milhão de crianças e adolescentes, e inaugura o que o governo vem chamando de "busca ativa", para identificar famílias que não são ainda atingidas por ações.
No discurso, Dilma também afirmou que o grande mérito do plano é trazer para a pauta dos governos o compromisso de combate à miséria. "Devemos fazer todo e qualquer esforço para superá-la, para dizer que a luta contra a miséria é dever do Estado e tarefa de todos os brasileiros e brasileiras deste país", disse a presidenta.
Dilma destacou ainda o papel de pensadores brasileiros que estudaram as questões sociais, como Gilberto Freyre, Joaquim Nabuco, Sérgio Buarque de Holanda, Josué de Castro e Darcy Ribeiro. Segundo a presidenta, no Brasil sem Miséria "ecoam as vozes" de todos esses pensadores. Ela também lembrou o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, idealizador da campanha Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida, na década de 1990, e agradeceu à família do pintor Candido Portinari, que cedeu os direitos da obra do artista para ilustrar peças do Plano Brasil sem Miséria.
Em todo o Brasil, 16,2 milhões de pessoas vivem na miséria, o equivalente a 8,5 % da população. A maioria dos brasileiros em situação de extrema pobreza é negra ou parda. Além disso, o Maranhão, o Piauí e Alagoas são os estados com os maiores percentuais de pessoas em situação de extrema pobreza. Na Região Nordeste estão quase 60% dos extremamente pobres (9,61 milhões de pessoas). Em seguida, vem o Sudeste, com 2,7 milhões. O Norte tem 2,65 milhões de miseráveis, enquanto o Sul registra 715 mil. O Centro-Oeste contabiliza 557 mil pessoas em situação de extrema pobreza.
Rosalba participa de lançamento em Brasília
A governadora Rosalba Ciarlini acompanhou o lançamento de combate à Miséria em Brasília. Reconhecendo que esse é um grande desafio, Rosalba afirmou que, além dos benefícios comuns para os Estados, como aumento do Bolsa Família, mercado e qualificação para os trabalhadores da agricultura familiar, acesso à água e luz para as famílias rurais e aumento da oferta de serviços públicos, o programa tem um diferencial para o semiárido: o Bolsa Verde.
O governo federal vai criar um programa de transferência de renda para as famílias que promovam a conservação ambiental nas áreas onde vivem e trabalham. Elas receberão R$ 300, transferidos por meio do cartão do Bolsa Família. "Esse programa é muito bom, principalmente, para a nossa região Seridó que enfrenta sérios problemas de desertificação", comentou a governadora.
Destacando que a atenção aos mais pobres é uma dívida que o Brasil começou a pagar somente depois de mais de 4 séculos ( a partir do governo Lula), a presidenta Dilma Rousseff disse que não há mais tempo para discursos. "Por favor, ação, Ação!, ordenou aos auxiliares, governadores e prefeitos, ressaltando que enquanto se discute a melhor maneira de se combater a miséria, milhões de brasileiros morrem de fome.

Fonte: Tribuna do Norte
Foto: Wilson Dias

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