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sexta-feira, 10 de junho de 2011

IDELI SALVATTI E LUIZ SÉRGIO DIZEM QUE TROCAM DE TAREFA, MAS NÃO DE RESPONSABILIDADES.

Na primeira entrevista coletiva após a oficialização da troca de pastas entre Ideli Salvatti (nova ministra das Relações Institucionais) e Luiz Sérgio (novo ministro da Pesca), os ministros afirmaram nesta sexta-feira (10) que trabalharão juntos na articulação política. Para Ideli, isso é uma tarefa de todo o governo. Eles chegaram abraçados para a entrevista coletiva.
“É uma troca de tarefas, mas não de responsabilidades. Vou beber muito na fonte do Luiz Sérgio”, afirmou a ministra, que trocará de funções com o colega a partir de segunda-feira (13). “Já executamos muitas tarefas juntos e vamos continuar.”
A indicada de Dilma afirmou que o perfil combativo que mostrou como líder do PT e, mais tarde, como líder do governo no Senado não será o mesmo na nova função. "Não sei se é Idelizinha paz e amor, mas é ouvir muito e negociar muito", afirmou ela, que assumirá o cargo em meio a uma crise do Palácio do Planalto na coordenação política com o Congresso.
"Já executei muitas tarefas na vida, você tem que atuar conforme as exigências de cada tarefa. Não vou usar só dois ouvidos, vou ouvir muito mais", afirmou.
Ideli disse ainda que a nova ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, também ajudará na articulação política apesar de Dilma ter pedido a ela que atuasse especialmente no gerenciamento do governo.
Prêmio de consolação
Pressionado nas últimas semanas por petistas e peemedebistas, Luiz Sérgio negou que sua mudança para a pasta da Pesca tenha sido um prêmio de consolação. "O Ministério da Pesca é muito importante. A pesca tem um peso muito significativo para o Rio de Janeiro, para Angra dos Reis, cidade onde eu fui prefeito", disse. Ideli lembrou que Santa Catarina, Estado onde fez carreira política, é um grande produtor na área da pesca, enquanto o Rio de Janeiro, de Luiz Sérgio, é um grande consumidor.
"Para eu, que sou de Angra dos Reis, pescar é uma atividade mais do que prazerosa", comentou Sérgio.
O ministro afirmou que a mudança é uma "reformulação natural para todo o governo". Ele negou que a base governista no Congresso esteja desarticulada e disse não ter mágoa nem rancor daqueles que pediram sua saída do cargo.
Entenda a troca
Em crise com sua base aliada no Congresso, a presidente Dilma Rousseff decidiu nesta sexta pela troca de pastas. O agora ex-titular da coordenação política se enfraqueceu no cargo após a saída de Antonio Palocci da Casa Civil, na última terça-feira (7).
A definição foi feita depois de Luiz Sérgio ir ao Palácio da Alvorada para entregar seu pedido de afastamento a Dilma. Em seguida, a presidente se reuniu no Palácio do Planalto com Ideli, com quem esteve na quinta-feira (9) em Santa Catarina. A ex-titular da Pesca aceitou o convite, apesar das restrições de petistas na Câmara dos Deputados.
Ideli, 59, foi líder do governo Luiz Inácio Lula da Silva no Senado. Em 2010, disputou o governo de Santa Catarina e foi derrotada por Raimundo Colombo (de saída do DEM para o PSD). Indicada à pasta da Pesca, foi contestada por não ter experiência na área. Sua indicação ao cargo foi aprovada pelo PMDB, partido do vice Michel Temer.
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), também era cotado para o cargo. Luiz Sérgio é deputado federal licenciado, mas se voltasse ao Congresso enfrentaria divisões na própria bancada petista que liderou até recentemente.
Com a mudança, o governo tem três mulheres nas principais posições do Palácio: além de Dilma e de Ideli, Gleisi Hoffmann se tornou ministra-chefe da Casa Civil depois de denúncias apontarem o rápido enriquecimento de Palocci, detonando uma crise na articulação política do Planalto com o governo.
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), chegou a defender a manutenção de Luiz Sérgio em uma pasta fortalecida – a falta de força do ministro no Palácio do Planalto rendeu a ele no Congresso o apelido de “garçom”, por se limitar a anotar pedidos. A grande maioria deles nem sequer se concretizava.
O enfraquecimento de Luiz Sérgio
Depois da saída de Palocci, a situação do ministro das Relações Institucionais se fragilizou. O agora ex-ministro-chefe da Casa Civil, substituído por um quadro técnico, a senadora Gleisi Hoffmann, concentrava grande parte das articulações com parlamentares. Como a nova ocupante do cargo se concentrará em projetos do governo, foi colocada em dúvida a capacidade de Luiz Sérgio, deputado de quatro mandatos, articular a base aliada.
As especulações sobre a saída do ministro se fortaleceram ontem, mas o ministro foi ao microblog Twitter para negar que tenha pedido o afastamento. Pouco depois, líderes petistas na Câmara, como o presidente Marco Maia (RS), o líder do governo, Cândido Vaccarezza (SP) e o líder na Casa, Paulo Teixeira (SP), saíram em sua defesa.
Peemedebistas queriam a troca do ministro, mas não por Ideli, uma ex-senadora que tem pouco trânsito na Câmara. Todos os principais líderes petistas dizem ter consideração por Ideli, mas, por outros colegas de Congresso, ela é vista como beligerante.

Fonte: Maurício Savarese/UOL Notícias/Brasília

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