O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Roberto Serquiz, defende a adoção de estratégias como subsídios do governo estadual para “dar sustentação periódica, enquanto essa situação não é equacionada” em nível diplomático entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos.
Roberto Serquiz antecipou, no meio da semana, que já informou ao governo do Estado sobre a crise que pode afetar os principais setores (pescado, sal, balas e caramelos, fruticultura) da economia do Estado que exportam para os EUA, mas até agora não houve nenhuma movimentação ou alguma alternativa do ponto de vista de apoio a esses setores que a gente apresenta como mais preocupante”.
Serquiz disse por ocasião de entrevista no programa “Tribuna Livre”, da rádio Jovem Pan News Natal, 93,5 FM, que essa questão do subsídio “é um socorro necessário, claro que o governo do Estado deve estar preocupado também com isso, pela conversa que nós tivemos. E essa alternativa é uma opção interessante para dar exatamente uma sustentabilidade periódica enquanto essa situação não é equacionada”.
Com relação aos entraves político e diplomático entre os dois países, Serquiz admite preocupação: “A gente fica um pouco impotente, porque sabe-se que está tendo um contato, mas não temos notícia de evolução”.
Serquiz avalia que “houve uma garantia, momentaneamente, de que não ia ter um revide porque um revide nesse momento já tem um ambiente político bastante traumático ofensas de um lado e ofensas do outro e isso não constrói”.
Para o presidente da Fiern, o Brasil “sempre atuou na relação do comércio bilateral, de forma neutra. E sempre levou vantagem quando ele foi neutro”.
Mas, segundo Roberto Serquiz, “estamos diante de um dispositivo que se antecipou um ciclo eleitoral, uma polarização, que está no meio dessa realidade econômica, o que é bastante surpreendente, porque quando se fala em economia, empregabilidade, PIB, mexe-se com todo um desenho que já está acontecendo.
Porém, o presidente da Fiern acredita que a saída é “na perspectiva que se consiga, minimamente, chegar a um ponto onde setorialmente possa ser resolvido”.
Serquiz exemplifica o caso da importação do sal a granel para o degelo pelos Estados Unidos, principalmente no período de inverno rigoroso, à razão de 600 mil toneladas por ano, “praticamente sai um ou dois navios por mês do Rio Grande do Norte para os Estados Unidos”.
Segundo Serquiz, o presidente do Sindicato das Indústrias de Extração de Sal do Rio Grande do Norte, Aírton Paulo Torres, informou que “não temos outro mercado com essa mesma capacidade de consumo e que para o degelo, o sal do Rio Grande do Norte é oito vezes melhor do que tem de opção em competitividade”.
Roberto Serquiz acha que essa situação do “tarifaço”, que começa a vigorar a partir de sexta-feira (1º/8), “está indo para um caminho de solução setorial. Olhando para esse caso do sal, eles precisam realmente desse produto. Então, nesse caso específico, provavelmente você possa ter aí um diferencial de flexibilidade”, entende Serquiz.
Na análise do presidente da Fiern, “naqueles produtos que eles (EUA) não têm um mercado substituto, se não houver realmente um trabalho diplomático de solução, provavelmente isso deve permanecer”.
Contudo o “tarifaço”, segundo Serquiz, “é realmente muito ruim economicamente para esses setores que permanecerão com 50%, pois tínhamos 2,7% de tarifas, em março ficamos em 10%. E estamos agora com 10 mais 50%. Então nós vamos ficar em 60%. Então é realmente uma pancada que viabiliza alguns setores. Salvo evidentemente algum setor que o governo americano possa substituir”.
Por enquanto, Serquiz entende que “todo um raciocínio que sete faz, a gente está no campo da suposição”, chamando a atenção que a crise atual de tarifas, também envolve mais de 50 países, que “não têm esse componente político que estamos tendo e estão avançando nas negociações”, enquanto no Brasil “ não tem assim um aceno de resolutividade”.
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Fonte: Tribuna do Norte
Foto: Reprodução/Jovem Pan News Natal
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