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quarta-feira, 9 de abril de 2025

SECRETÁRIA DA PASTA DE ANIELLE DEIXA CARGO E CRITICA COMUNICAÇÃO DO GOVERNO LULA

Márcia Lima apontou falhas na articulação e divulgação das políticas do Ministério da Igualdade Racial. Ela disse ainda que segue para o Ipea, onde assumirá a Diretoria de Estudos e Políticas Sociais

A secretária de Políticas Afirmativas do Ministério da Igualdade Racial (MIR), Márcia Lima, anunciou na terça-feira (8/4) sua saída do governo federal. Ao se despedir da função, ela deixou claro que a decisão vai além de uma simples mudança de cargo: trata-se também de um posicionamento crítico em relação à forma como o governo de Luiz Inácio Lula da Silva tem conduzido a comunicação institucional — especialmente no que diz respeito à visibilidade das ações desenvolvidas pela pasta.

Em entrevista concedida à Folha de S.Paulo, Márcia elogiou o desempenho da equipe de comunicação interna do MIR, classificando-a como uma das mais eficazes da Esplanada. No entanto, apontou que os problemas estão em outra instância: segundo ela, o Palácio do Planalto falha ao não integrar e articular de forma eficiente as iniciativas dos ministérios, deixando que as ações estruturantes fiquem à sombra da figura de ministros e ministras.

“Não é a comunicação do ministério o problema, mas sim a forma como o governo comunica sobre o ministério e outras pastas”, declarou. A crítica se estendeu à cobertura da imprensa, que, segundo Márcia, dá ênfase à imagem da ministra Anielle Franco, titular da Igualdade Racial, em detrimento do conjunto de políticas públicas elaboradas pelo órgão.

Dificuldades

Segundo a agora ex-secretária, um dos pontos que mais pesaram em sua análise foi a dificuldade de implementar políticas públicas. Na prática, isso significa enfrentar desafios para construir agendas integradas entre pastas distintas.

Como exemplo, ela citou o programa Juventude Negra Viva — um projeto robusto, coordenada em conjunto com a Secretária-Geral da Presidência  com R$ 660 milhões de investimento, dividido em 11 eixos de atuação e com 217 ações previstas, distribuídas entre 18 ministérios. Apesar do seu potencial, na opinião dela, a iniciativa foi pouco divulgada e, consequentemente, pouco compreendida pela sociedade.

Ela lembrou ainda que o próprio presidente Lula cobrou dos ministros, em 2024, um maior empenho para incorporar o programa em seus discursos e agendas. A intenção era clara: evitar que esse projeto se tornasse apenas mais um anúncio com pouca iniciativa prática.

Márcia Lima anunciou que seguirá agora para o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), onde assume a Diretoria de Estudos e Políticas Sociais. De acordo com ela, a nova função deverá lhe proporcionar mais liberdade para desenvolver propostas e pesquisas, sem as barreiras burocráticas e políticas que, segundo relata, enfrentou no ministério.

Fonte: Danandra Rocha/Correio Braziliense

Foto: Divulgação

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