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segunda-feira, 21 de abril de 2025

A DURA (NOVA) REALIDADE DOS RECÉM-FORMADOS EM MEDICINA, POR CAIO NUNES

Apenas diploma não basta mais. Dívidas, pressa e pressão são a rotina

Nos últimos anos, vimos um boom de faculdades de medicina no Brasil. Hoje, são mais de 400 escolas ativas e mais de 38 mil novos médicos formados por ano. Mas a pergunta que fica é: estamos formando bem esses profissionais?

Muitos recém-formados saem da faculdade inseguros, com medo de dar plantão e sem preparo para lidar com pacientes complexos. A formação, em muitos casos, não dá conta do básico. Soma-se a isso a falta de vagas em residência médica (menos de 23 mil para mais de 38 mil formandos), dívidas altas com mensalidades, pressão por retorno financeiro rápido e jornadas de trabalho exaustivas.

E ainda enfrentam preconceito de colegas e instituições. A consequência? Uma geração de médicos frustrada, cansada, adoecida. O burnout cresce, a saúde mental sofre e os caminhos profissionais se tornam confusos. Muitos buscam alternativas à residência, tentando se especializar por outras vias, com pouca orientação.

A verdade é que estamos criando uma nova “persona” médica, fruto de um sistema mal planejado. E isso não impacta só os profissionais, mas todo o ecossistema de saúde.

A solução simplista de abrir mais faculdades tem gerado efeitos colaterais sérios. É hora de repensar a formação médica, os programas de residência e o suporte à saúde física, mental e profissional dos novos médicos.

O futuro da medicina depende disso.

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