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domingo, 15 de janeiro de 2023

O ENVOLVIMENTO DE PASTORES NA INVASÃO DOS TRÊS PODERES

Lideranças evangélicas organizaram caravanas e convocaram golpistas para atos que acabaram na depredação do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e prédio do Supremo Tribunal Federal.

“Lute agora e faça parte da história”, dizia o anúncio de um caravana que pretendia levar bolsonaristas golpistas do Rio de Janeiro para protagonizar ataques aos Três Poderes, em Brasília, no último domingo (8). A postagem no Facebook foi apagada na segunda-feira. A excursão foi organizada pelo pastor Elias de Souza, conhecido como Elias Gaúcho. Assim como ele, outras lideranças religiosas, algumas delas políticos com mandato, participaram, ajudaram a organizar e convocar ataques aos Três Poderes.

É o caso dos parlamentares bolsonaristas e religiosos Clarissa e Júnior Tércio, ambos do PP de Pernambuco. Enquanto extremistas depredavam o Congresso Nacional, alguns deles empunhando bíblias e cantando louvores, eles demonstravam apoio público aos criminosos. No domingo, Clarissa, e o marido dela, o pastor Júnior Tércio, vereador no Recife e deputado estadual mais votado do estado, compartilharam vídeos da invasão ao Congresso nas redes sociais.

No dia seguinte, a parlamentar recuou e divulgou uma nota em tom de retratação. Disse ser contra “atos de violência, vandalismo ou destruição do patrimônio público”. No mesmo tweet, Clarissa disse estar “em alinhamento com Jair Bolsonaro”.

Clarissa e Júnior pertencem a um clã religioso que se estabeleceu como arauto do conservadorismo bolsonarista cristão no Legislativo pernambucano nos últimos anos. A deputada estadual é filha do pastor evangélico Francisco Tércio, presidente do Ministério Novas de Paz da Assembleia de Deus, que comanda a Rádio Novas de Paz (88,1 FM). Em 2020, ela esteve entre os parlamentares que invadiram o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), em Recife, para tentar impedir o aborto legal de uma criança de 10 anos, vítima de estupro.

O casal está na lista de acusados de coautoria de crimes contra o Estado Democrático de Direito, entregue pela bancada do PSOL ao STF. O partido pede a investigação e responsabilização das autoridades públicas de todo o Brasil, por participação nos crimes. Também há pedidos de quebra de sigilo telefônico e suspensão de redes sociais.

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Fonte: Mariama Correia e Nathallia Fonseca/Nexo

Foto: Reprodução

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