Decano do Supremo defende punição rigorosa de civis e militares responsáveis pelos ataques de 8 de janeiro.
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ainda se emociona quando fala dos ataques terroristas em 8 de janeiro último. A Corte, que ele frequenta desde os tempos de estudante de direito, foi alvo preferencial dos vândalos, que apostavam na possibilidade de um golpe com apoio das Forças Armadas. Na visão do magistrado, todos os responsáveis pela destruição dos prédios dos Três Poderes devem ser punidos com rigor. E isso vale pela os militares, independentemente das patentes e das forças que integram. “Acho que há um interesse das próprias instituições de que haja a devida responsabilização e punição para que se diga que isso não foi ação da polícia, não foi ação do Exército ou de qualquer força. Foi ação de alguns com conduta desviante”, diz.De passagem pela capital portuguesa, onde tem falado sobre a resiliência da democracia brasileira, o ministro reconheceu que a tensão entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as Forças Armadas continua, mesmo com a troca do comandante do Exército. “Mas é preciso que a confiança se restabeleça. As Forças Armadas têm um papel importante a cumprir, contudo, a democracia não precisa da tutela dos militares”, afirma. Ele recomenda aos fardados que não aceitam o resultado das urnas que deixem os postos e se candidatem a cargos eletivos. Ressalta, ainda, que a politização dos quartéis e a proteção aos acampamentos que se tornaram abrigos para terroristas são consequência dos quatro anos do governo Bolsonaro, quando o país se desviou do processo democrático. E propõe a reestruturação da Justiça Militar.
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Fonte: Vicente Nunes - Correio Braziliense/O Estado de Minas
Foto: Minervino Junior/CB/D.A Press
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