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segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

TORTURADORES TERÃO QUE INDENIZAR EM R$ 1 MILHÃO A SOCIEDADE BRASILEIRA POR ATOS DA DITADURA


Nos porões do prédio que fica no número 921 da rua Tutoia, em São Paulo, ficavam as celas onde presos políticos sofreram as mais bárbaras e vis torturas possíveis durante a ditadura militar. Era ali que funcionava a sede paulista do Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi).

Os presos políticos que passaram por esse cenário de terror recordam-se de um homem de cabelos longos com um grande crucifixo no peito que ostentava com o hábito dos anos 1970 de usar a camisa com boa parte dos botões abertos. Com os cabelos longos e o crucifixo, ele entrava nas celas e dizia: “Eu sou Deus. Eu sou Jesus Cristo. Eu tenho o poder da vida e da morte”. O horror que acontecia em seguida é indescritível.

O homem de cabelos longos e crucifixo chama-se Dirceu Gravina. Era conhecido no DOI-Codi como Jesus Cristo ou JC. Ele é um dos réus condenados em sentença proferida na última quarta-feira (18) pela juíza Diana Brunstein da 7ª Vara Cível Federal de São Paulo. Além dele, são réus também na ação Aparecido Laertes Calandra – ou Doutor Ubirajara – e David dos Santos Araújo – Capitão Lisboa. Eles estão envolvidos na tortura e morte de vítimas da ditadura como o jornalista Vladimir Herzog e o metalúrgico Manoel Fiel Filho. Pela decisão proferida pela juíza Diana Brunstein, estão condenados a pagar uma indenização de R$ 1 milhão à “sociedade brasileira” por suas ações durante a ditadura militar.

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Fonte: Rudolfo Lago/Congresso em Foco

Foto: Arquivo EBC

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