Em todo o estado, o vírus que causou epidemia na Região Metropolitana já matou 42 pessoas em 2021; número é menor do que o das epidemias passadas
Na cidade do Rio, o número de mortes causadas por influenza se aproxima do número de óbitos provocados pela Covid-19. No período de 28 de novembro a 17 de dezembro, correspondente às semanas epidemiológicas 48 a 50, a influenza causou 16 óbitos, enquanto a Covid-19 provocou 23 mortes. Em todo o estado, a doença que causou epidemia na Região Metropolitana já matou 42 pessoas ao longo do ano. Os dados foram compilados pelo GLOBO a partir do sistema de informações da Secretaria de Estado de Saúde (SES), o Tabnet estadual.
A plataforma reúne informações do Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), alimentado pelos municípios. Elas podem ser revistas futuramente por causa da demora na inserção de dados, um problema que pode ter se agravado após o ataque hacker ao Ministério da Saúde na semana passada. O apagão de dados prejudicou a visualização dos números no portal da pasta, embora as cidades ainda tenham acesso aos formulários de detalhamento dos casos.
As mortes ocorridas na capital durante o período mencionado correspondem a quase todos os óbitos por influenza registrados na cidade ao longo do ano. De todas as 18 mortes notificadas na cidade em 2021, apenas uma não aconteceu entre novembro e dezembro: a de um paciente de 91 anos em junho. Nas últimas semanas, a faixa etária com mais mortes notificadas foi a de 70 a 79 anos.
As mortes na capital entre as semanas epidemiológicas 48 e 50 correspondem a todos os óbitos que ocorreram no estado durante o período exceto um, de um paciente cujo município de internação não foi registrado no sistema.
No estado
Das 42 mortes por influenza registradas em todo o Rio de Janeiro desde o início do ano, 20 ocorreram entre novembro e dezembro, período marcado pelo início da epidemia na capital e na Região Metropolitana.
Em nota, a SES informa que o estado registrou em 2021 cinco mortes por influenza A H3N2, subtipo predominante nas análises laboratoriais por amostragem. No entanto, nem todas as amostras de pessoas infectadas pelo vírus têm seu subtipo identificado por pesquisas de laboratório. O número de óbitos causados por H3N2, portanto, pode ser maior do que o diz a secretaria — sobretudo porque o mês com mais mortes por influenza ao longo do ano foi justamente dezembro, depois que a epidemia foi declarada no Grande Rio.
As 42 mortes de 2021 não superam, contudo, o número anual de óbitos registrado nas últimas epidemias de influenza no estado. Em 2016, foram registradas 86 mortes; em 2019, 72.
Embora a quantidade de óbitos deste ano ainda possa aumentar nas próximas semanas, com a atualização dos dados e como possível resultado de algumas das internações que ainda não tiveram desfecho, a boa notícia é que a onda de casos de influenza observada no Rio no último mês deve cair em breve. Quem diz isso é o pesquisador Leonardo Bastos, criador da plataforma InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Fonte: O Globo
Foto: Fabiano Rocha
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTÁRIO SUJEITO A APROVAÇÃO DO MEDIADOR.