Em conversas com petistas sobre as eleições de 2022, boa parte dos empresários justifica a falta de apoio à candidatura de Lula com o seguinte argumento: receio de que o ex-presidente deixe de lado o perfil “paz e amor” e assuma, em um eventual terceiro mandato, uma versão “vingativa”.
Petistas relataram à coluna que empresários externam preocupação de que o ex-presidente possa engatar uma marcha ré em reformas realizadas depois que o PT deixou o governo, como a trabalhista, promovida por Michel Temer, e a da previdência, na gestão Bolsonaro. O grupo também diz que há receio de que Lula venha a “frear a política” das privatizações. O recado dado indiretamente é que vão esperar um nome se consolidar como terceira via.
O governo Bolsonaro, porém, não conseguiu privatizar nenhuma empresa de controle direto da União, embora pretenda vender a Eletrobras e os Correios no próximo ano. Nesse campo, a Petrobras e o BNDES também fizeram desinvestimentos. Depois da reforma da Previdência, o governo não aprovou outros temas, como as reformas administrativa e tributária. O fato é que o processo de concessões realizados pelo governo Bolsonaro teve início na gestão de Lula, sendo intensificada durante o mandato de Dilma Rousseff e Temer. O próprio ministro da infraestrutura, Tarcísio de Freitas, participou diretamente desses processos nos governos anteriores.
Fonte: Bela Megale
Foto: Reuters
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