Cartazes apareceram após saída das Forças Armadas.Texto diz que preços cobrados são 'abusivos' e vão passar para R$ 75. PM retirou faixa na sexta-feira, mas elas reapareceram neste sábado. Polícia Civil investiga.
As Forças Armadas deixaram a Rocinha e os traficantes voltaram a dar ordens. Uma faixa colocada na quadra esportiva, que fica ao lado da Auto Estrada Lagoa- Barra, eles prometeram parar de extorquir dinheiro de quem vive na comunidade.
Nesta sexta-feira (29), os moradores foram surpreendidos pela colocação de uma faixa informando que o preço do gás de cozinha iria custar R$ 75 e que os preços abusivos cobrados até então ocorriam por ordens do traficante Nem, traficante preso na penitenciária em Rondônia. Os moradores estavam pagando cerca de R$ 90 pelo gás.
A faixa estava assinada pela "nova administração", que dizia não estar envolvida nos abusos, pois não concordava com a taxa cobrada, como mostrou o RJTV.
De acordo com a Polícia Civil, a primeira faixa foi colocada na noite de sexta e foi apreendida pelos policiais militares. No entanto, na manhã deste sábado(30) uma faixa com a mesmo texto foi recolocada na quadra da comunidade que fica ao lado da Auto Estrada Lagoa-Barra. Até às 19h, o cartaz ainda não havia sido retirado do local.
As investigações apontam que a ordem para colocar a faixa veio do grupo de traficantes ligados à Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157. O grupo dele disputa o controle do tráfico de drogas com os criminosos ligados ao traficante Antonio Bonfim Lopes, Nem.
A Secretaria de Segurança Pública informou que não iria fazer comentários sobre a colocação da faixa e que a polícia está investigando.
A PM informou que tem bases na Rocinha e que 500 policiais estão fazendo o patrulhamento na favela. Em operação neste sábado, os policiais prenderam uma mulher que estava com uma pistola, carregador e munição. O caso foi encaminhado para a 14ªDP, no Leblon.
Também neste sábado, o Plantão Judiciário expediu na madrugada sete mandados de prisão contra traficantes envolvidos na disputa do tráfico de drogas na Rocinha. Uma das sete determinações judiciais foi cumprida no Hospital Miguel Couto ainda na madrugada contra Carlos Alexandre da Silva. Ele é suspeito de ter torturado dois jovens da comunidade e participar do tráfico.
Carlos Alexandre foi identificado pela polícia como um dos 81 traficantes que atuam na comunidade. Ao todo, foram 62 mandados de prisão expedidos e 12 cumpridos. O suspeito preso na madrugada deste sábado (30) irá responder por tortura e associação para o tráfico.
Os moradores afirmam que o tráfico de drogas continua atuando na comunidade. Segundo eles, nem a ocupação pelas Forças Armadas durante uma semana não foi suficiente para intimidar os criminosos.
Mesmo com a presença de policiais militares, os bandidos continuam na comunidade e nas vielas, longa da entrada e do olhar do patrulhamento.
"Tão vendendo droga, a atividade continua, mas não tão intensa assim porque eles estão com suas armas escondidas", diz um morador que não se identifica por questão de segurança.
Jovens torturados por traficantes
Um dos dois adolescentes que foram capturados pelo tráfico e torturados por traficantes na Rocinha na quarta-feira (27), durante quase uma hora, contou à polícia que os criminosos faziam muitas ameaças, entre elas, de queimar os jovens vivos.
O menino torturado, de 16 anos, contou que foi confundido com um rival do bando. "Levou nós dois para uma casa onde só tinha o colchão e pia... Aí amarrou a gente e deixou a gente lá... Falaram que ia tacar fogo na gente. Jogaram óleo, aí quando eles estavam jogando óleo, começaram a bater na gente de novo, deu uma madeirada, falaram que iam pegar um machado... Aí, nessa que eles tava jogando óleo, ele falou assim: "Ó os cana, ó os cana, piou, piou, piou!" Aí saiu correndo. Deixou a gente lá trancado ", disse o adolescente.
Um dos meninos é morador da Rocinha e estava com um colega quando foi abordado pelos traficantes. Eles foram resgatados por militares das Forças Armadas.
Fonte: G1
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