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sábado, 28 de outubro de 2017

BARROSO DIZ QUE QUASE SAI DA LINHA NA BRIGA COM GILMAR.

O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse nesta sexta-feira (27) que “quase ultrapassou a linha” nabrigaGilmar Mendes, durante a sessão de quinta (26).
“Vocês ainda vão ter filhos um dia. Alunos são como filhos espirituais. E quando tiverem filhos irão aprender que os filhos não prestam atenção no que a gente fala. Eles prestam atenção no que a gente faz. Por isso, tenho a preocupação de nunca ser um mau exemplo”, disse o ministro durante aula na Faculdade de Direito da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
De acordo com o gabinete do ministro, os alunos estavam “em estado de grande vibração com o embate da véspera”, Barroso ficou preocupado com o que “interpretou como certa celebração do conflito” e “fez questão de apaziguar os ânimos”.
“A exaltação não é a melhor forma de se expressar. Às vezes a gente levanta o tom da voz, mas essa não é a melhor forma de viver a vida. Pode acontecer de ser necessário, às vezes. Mas isso não é motivo de alegria. E em qualquer caso, a gente deve sempre estar em controle, sem nunca ultrapassar a linha. No caso de que estamos tratando, eu não ultrapassei. Mas foi quase”, afirmou.
Também pela manhã, mas em Brasília, durante uma palestra no IDP, instituição de ensino da qual é sócio, Gilmar –sem citar o nome de Barroso –disse que, “de vez em quando”, o STF é “esse tipo de Corte, que proíbe a vaquejada e permite o aborto”.
Barroso ajudou a formar maioria em ambos os casos, julgados no último ano: a Primeira Turma do STF (composta por cinco ministros) firmou o entendimento que praticar aborto nos três primeiros meses de gestação não é crime; o plenário do Supremo proibiu a vaquejada, que depois foi validada pelo Congresso.
Na quinta, durante julgamento no plenário do STF, o clima esquentou quando Barroso disse que Gilmar “tem parceria com a leniência em relação à criminalidade do colarinho branco”. Gilmar rebateu e chamou o colega de “advogado de bandidos internacionais”.
Sobre a briga dos colegas, o ministro Marco Aurélio disse à Folha que o episódio é “lastimável” e completou: “Não teço considerações maiores porque guardo inimizade capital com um dos interlocutores”, em referência a Gilmar.
A discussão gerou um clima de constrangimento depois da sessão, disseram ministros à reportagem.
Em conversas reservadas, reclamaram de a presidente Cármen Lúcia não ter encerrado a sessão quando o clima piorou. Segundo ministros, a provocação feita por Barroso não foi uma surpresa devido ao clima de “belicosidade” nos bastidores do tribunal.
A presidente disse a pessoas próximas que pretende conversar com os dois na próxima semana. Segundo relatos, ela reclamou da exposição que o episódio gerou para o Tribunal.

Fonte: Política em Foco/Letícia Casado - Folha de São Paulo

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