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sábado, 21 de outubro de 2017

A FALÊNCIA DO PT.

Tariq Ali, responsável pelas introduções do recém lançado "Manifesto comunista/ Teses de Abril" (http://bit.ly/2f6dMmv), foi um dos convidados internacionais do Seminário "1917: o ano que abalou o mundo". Sua conferência, intitulada "Diálogos com o pensamento teórico de Lênin" contou com comentários de Virgínia Fontes e Marly Vianna. A mediação da mesa ficou a cargo de Fernanda Mena.

Insistência na candidatura Lula 'mostra a total falência do PT', diz escritor Tariq Ali, referência da esquerda internacional.

Há 100 anos, em outubro de 1917, acontecia a revolução que estabeleceria um Estado socialista na Rússia e em outros países do leste europeu - e fortaleceria a esquerda política em todo o mundo. Mas 74 anos depois, em 1991, esse Estado entrava em colapso.
Em 2017, no entanto, um dos principais intelectuais de esquerda do Reino Unido, o escritor Tariq Ali, acha que os partidos de esquerda ainda têm o que aprender com revolucionários russos como Lênin - especialmente sobre como fazer autocrítica e admitir seus erros.
"Antes de morrer, Lênin pediu desculpas à classe operária russa. E ele também disse 'nós não sabíamos de nada'. Quando foi que um político da esquerda ou da direita disse isso de novo?", indaga.
O escritor ainda defende posições polêmicas, como a de que o socialismo implantado por Hugo Chávez foi um sistema "extremamente democrático" em seus primeiros anos.
Ali admite, no entanto, que o autoritarismo soviético foi o legado "terrível" de 1917 para o socialismo. E afirma que a admiração ao ex-líder Josef Stálin não deveria estar presente na esquerda atual.
"Ser socialista hoje significa querer um sistema muito mais democrático do que jamais existiria no capitalismo. Com democracia em todos os níveis."
Em São Paulo para lançar uma nova edição dos principais textos da Revolução Russa no seminário "1917 - o ano que abalou o mundo", da editora Boitempo, o britânico faz duras críticas ao PT e diz que o partido escolheu não aproveitar o momento de crise, após o envolvimento em escândalos de corrupção, para se renovar.
"Fico com muita raiva, porque essa é a única chance que o Brasil teve por algum tempo", afirma.
Veja os principais trechos da entrevista.
BBC Brasil - Em 2016, você disse que seria necessário uma autocrítica de Lula e do PT. Há indícios, na sua opinião, de que ela tenha acontecido?
Ali - Não, eu não vejo. Também acho que não acontece por causa da maneira como a direita orquestrou o golpe constitucional - porque, até onde sei, Dilma foi removida sem nenhuma justificativa. Isso foi interessante para as pessoas dentro do PT que queriam dizer: "estamos cercados de inimigos, não podemos fazer muita autocrítica agora, é preciso nos unirmos para enfrentá-los". Esse tipo de situação isola o debate.
É um erro tão grande o que eles estão cometendo. Podiam fazer até agora, chamar uma convenção do partido em que todos os membros do partido possam ir e ter uma discussão aberta sobre o que deu errado. Isso seria o caminho da salvação deles. Mas pode ser tarde demais agora. Fico com muita raiva, porque essa é a única chance que o Brasil teve por algum tempo.
BBC Brasil - Há um ano você disse que o impeachment da presidente Dilma Rousseff era "inevitável". Como vê hoje a situação da esquerda brasileira?
Ali - A esquerda brasileira está muito frágil no momento. Acho que a elite política queria se ver livre do PT. E sem dúvida o impeachment de Dilma foi algo horrível. Mas não é só por causa disso. É porque o PT não fez nenhum debate, não pediu desculpas para a população. E porque agora a única chance que eles têm é Lula conseguir se eleger em 2018. O futuro é desanimador.
LEIA AQUI MATÉRIA COMPLETA

Fonte: Antônio Ateu e Camila BBC Brasil/Jornal GGN

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