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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

PT ACEITA FILIAÇÕES DE EX-ADVERSÁRIOS.

O Partido dos Trabalhadores (PT) abandonou as restrições históricas para a inclusão de novos membros e anunciou um pacote de filiações que inclui até mesmo políticos remanescentes de siglas rivais, como PSDB e DEM. Nesta reta final do prazo estipulado pela justiça eleitoral para a filiação em partidos políticos dos interessados em se candidatar nas eleições municipais de 2012 - a data limite é 7 de outubro - pelo menos 57 lideranças de vários partidos, ou mesmo sem legenda, estão a caminho do PT no Estado de São Paulo.
Filiados
De acordo com uma lista obtida com exclusividade pela Agência Estado, entre os novos filiados estarão o prefeito de Santa Lúcia, cidade na região de Araraquara, o tucano Antonio Carlos Abuabud Júnior "Claro que aceitamos tucanos; o cara fez campanha para o Lula e o Mercadante e já tinha se convencido do nosso projeto", disse Edinho Silva presidente estadual do PT, sobre Abuabud Júnior.
"O namoro faz tempo que existe, minha ficha já foi levada ao PT, mas por problemas particulares, com o falecimento do meu pai, ainda não fechei essa questão", afirmou o prefeito, que foi convocado pela executiva do PSDB para prestar esclarecimentos sobre o assunto. "Acho que até o mês que vem resolvo isso, mas não estou tão preocupado, porque não sou candidato à reeleição", completou Abuabud Júnior.
Ao ser indagado sobre o fato de ter recebido ao menos seis integrantes ou ex-filiados do arquirrival DEM, O presidente do PT de São Paulo, Edinho Silva, rebateu: "o objetivo é ter lideranças que estão saindo de outros partidos para fortalecer o PT no Estado; são pessoas que fizeram a opção, apoiaram Dilma (Rousseff em 2010), ou defendem nossos projetos nas cidades", disse. Entre os ex-Democratas ou em processo de desfiliação do partido, estão o prefeito de Álvares Machado, Juliano Ribeiro Garcia e o vice-prefeito de Guarantã, Élio Piccello.
Aliados
Até mesmo aliados do PMDB foram alvos da investida petista. Entre eles o ex-candidato a prefeito de Praia Grande em 2008 e ex-presidente do PMDB local Alexandre Cunha, o qual tentará novamente comandar a cidade do litoral paulista, mas pelo PT, no próximo ano. O PMDB paulista agiu rápido à saída de Cunha, dissolveu o diretório do partido na cidade e trouxe o ex-tucano e ex-deputado estadual Cássio Navarro para comandá-lo interinamente. "O Cunha foi correto conosco, nos comunicou que estava saindo do PMDB rumo ao PT e trouxemos o Cássio para ou ser candidato a prefeito ou a vice do PSDB em 2012", disse o deputado estadual Baleia Rossi, presidente do PMDB paulista.
Edinho Silva rechaçou as informações de que existe um movimento dentro do PT para isolar apoiadores da pré-candidata à prefeitura de São Paulo, a senadora Marta Suplicy, em prol da candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad. "Isso não é verdade, pois derrotar a Marta é derrotar o PT, já que ela é nossa maior liderança na capital", afirmou.
Edinho admitiu, no entanto, que "os dirigentes do PT trabalham muito no sentido de criar unidade no partido e que a escolha do nome (do candidato a prefeito) se dê em torno dessa unidade". Ainda segundo ele, se for necessária a prévia para a escolha do candidato a prefeito na capital, ela ocorrerá. "O ideal é que não haja, mas se for necessária que aconteça ela ocorrerá; prévia tem de ser instrumento da democracia interna", concluiu.

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