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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

RYCHARDSON DOA 61% DE RENDIMENTOS.

O ex-diretor do Ipem/RN, Rychardson de Macedo Bernardo, doou 61,6% de seus rendimentos oficiais em 2010 para as campanhas políticas dos deputados Gilson Moura e Paulo Wagner, ambos do PV, segundo dados oficiais do Tribunal Regional Eleitoral e da Declaração de Imposto de Renda do acusado presente na petição do Ministério PúblicoEstadual. Rychardson teve em 2010 R$ 58.038,75 de rendimentos, sendo R$ 24.167 vindos do próprio Ipem e R$ 33.871,75 da Assembléia Legislativa do RN. Os dados foram enviados à Receita Federal pelas duas instituições. Desse valor, ele doou R$ 30.194 para a campanha de Paulo Wagner e R$ 5,6 mil para Gilson Moura.
Apesar de causar "estranheza" a doação de mais da metade do que recebeu em 2010 para campanhas políticas, as doações foram legais e estão discriminadas pelo Tribunal Superior Eleitoral. Não ficou claro em qual setor da Assembléia Legislativa Rychardson trabalhou no ano passado. Antes de assumir o Ipem, em 2007, o ex-diretor esteve lotado no gabinete do deputado estadual Gilson Moura como assessor parlamentar, cargo do qual pediu exoneração para presidir o Instituto de Pesos e Medidas.
O irmão de Rychardson, Rhandson de Macedo Bernardo, também foi doador na última campanha. O então candidato a reeleição na Assembléia Legislativa, Gilson Moura, recebeu R$ 6,25 mil do empresário Rhandson de Macedo em 2010, ainda de acordo com números obtidos no site do Tribunal Regional Eleitoral. Esses números são oriundos de declarações do comitê do Partido Verde ao TRE em novembro de 2010.
Tanto a petição assinada pelos promotores do patrimônio público quanto a sentença dada pelo juiz da 5a. Vara Criminal José Armando Pontes tratam Gilson Moura como uma espécie de "padrinho político" de Rychardson. As interceptações telefônicas falam da indicação de 53 cargos de responsabilidade do deputado do PV dentro do Ipem. "Tem muita gente de Gilson aí", disse Rychardson no dia 28 de março desse ano. Daniel Vale Bezerra, assessor jurídico do Ipem e também preso na Operação Pecado Capital, responde: "Tem 53. Tem muita gente, né? (sic). Tem muita gente vagabunda".
Da mesma forma, nos dados disponibilizados pelo MPE e pela Justiça, o deputado Gilson Moura aparece com poderes de "colocar e retirar" funcionários do quadro funcional da autarquia. Carlos Artur Duarte Pinto, antigo funcionário do Ipem, disse em depoimento ao MPE ter sido devolvido ao seu órgão de origem, na Paraíba, por influência do deputado. Ao mesmo tempo, Cássia Rochelane Araújo, afirmou ter conseguido uma vaga no Ipem após "ter falado diretamente com Gilson Moura", segundo texto da petição do MP.
Os irmãos Rychardson e Rhandson estão sendo acusados, entre outras coisas, de lavagem de dinheiro, peculato e formação de quadrilha. Um dos principais argumentos do MPE é a disparidade entre os gastos e as movimentações financeiras dos irmãos e os seus rendimentos oficiais. Eles permanecem presos na sede do comando da PM.

Fonte: Issac Lira/Tribuna do Norte

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