Em meio a uma crise diplomática entre os dois países, a Venezuela determinou em 30 de outubro que seu embaixador regressasse a Caracas para prestar esclarecimentos. O gesto é considerado uma espécie de repreensão na diplomacia.
A retirada se deu como repúdio a declarações de autoridades brasileiras, especialmente de Celso Amorim, citado nominalmente no comunicado venezuelano. A nota dizia que o assessor especial de Lula "tem se comportado mais como um mensageiro do imperialismo norte-americano e se dedicado, de maneira impertinente, a emitir juízos de valor sobre processos que são responsabilidade exclusiva dos venezuelanos e de suas instituições democráticas".
O comunicado referia-se a falas de Amorim durante uma audiência na Câmara, na qual ele afirmou que estavam acusando "injustamente" o Brasil de barrar a Venezuela no Brics e indicou que havia um "mal-estar" ligado ao processo eleitoral no país, criticado pela falta de transparência. As declarações foram consideradas "intervencionistas e grosseiras" pelo governo Maduro.
Após a convocação, Vadell adotou o silêncio. Evitou até responder mensagens de interlocutores próximos durante a estadia em Caracas — mesmo quando o assunto era o Corinthians, clube para o qual torce no Brasil.
Nesta quarta-feira, em audiência sobre a Venezuela na Câmara, Mauro Vieira afirmou que a retirada não era definitiva. E garantiu que não havia intenção de romper relações. Disse:
"Ainda que as circunstâncias imponham uma inevitável diminuição do dinamismo do relacionamento bilateral, isso não significa de forma alguma que o Brasil deva romper relações ou algo dessa natureza com a Venezuela. Pelo contrário, diálogo e negociação e não isolamento são a chave para a construção de qualquer solução pacífica e duradoura na Venezuela".
Fonte: Rodrigo Castro - Lauro Jardim/O Globo
Foto: Presidência/Ricardo Stuckert
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