A oposição está sem definição.
O quadro já é consumado?
Não. Pode mudar.
Marco Maciel dizia, que “enquanto há prazo, há tempo”.
O que se comenta é o deputado Ezequiel Ferreira de Souza como candidato da oposição ao governo, entretanto sem confirmação oficial.
Um bom nome. Mas, será que o “silêncio” dele o beneficia?
Ou assemelha-se ao aforisma de Adriana Falcão, roteirista da Rede Globo, quando diz: “Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer, mas acha que devia querer outra coisa”.
O cenário indefinido revela a falta de ações compatíveis com a conjuntura política que vivemos.
A classe política local teima em não querer enxergar.
Sempre raciocina com base em precedentes passados, que deram certo, tais como, “apoios”, “colégios eleitorais”, “marketing” sofisticado, “nominatas”, “caixa de campanha” e vai por aí.
Atualmente, tais fatores influem, em parte, na eleição proporcional.
Na majoritária, a realidade é outra, totalmente diferente.
Em período pós pandemia e violenta crise econômica, uma campanha política não pode ser unicamente “tática”, mas sim “estratégia”.
Sun Tzu, o chinês, alertava que “tática sem estratégia é o ruído antes da derrota”.
Abraham Lincoln dizia, “que nunca se conseguirá convencer um rato de que um gato traz boa sorte”.
Pavarotti afirmava que fazer política sem estratégia, é o mesmo que fazer amor por correspondência.
Candidato majoritário competitivo necessita apresentar-se com “algo mais”, que seriam experiência e propostas concretas, causando impacto de gestão e criatividade política ao eleitor.
Essa exigência acentua-se diante da descrença na classe política.
Aliás, há exemplos passados, que justificam essa cautela..
Em 1994, no RN, a ex-prefeita de Natal Vilma de Faria candidatou-se ao Governo do Estado, como o “novo”.
Perdeu a eleição.
Fernando Bezerra, senador e candidato a governador, encarnou o empresário novo, líder nacional da indústria e amargou a mesma experiência.
Ambos eram nomes dignos, mas falharam na estratégia.
Consideraram-se vitoriosos, antes das urnas abrirem.
Já em 2002, Vilma na largada da campanha era a última colocada nas pesquisas.
Montou estratégia ousada, embora não somasse apoio sequer de dez prefeitos.
Ganhou a eleição.
Vamos esperar e ver como ficarão as coisas em 2022.
Debilitado na economia, o RN dá sinais de colapso político, quase caminhando para o WO na disputa pelo governo, que seria a vitória dada pelo fato do adversário não competir.
No passado, não era assim.
O estado era dos mais politizados do país.
Recordo que em 1960 recebi convite de Sales da Cunha e Hélio Vasconcelos para presidir um “Comitê” de estudantes, em prol da candidatura de Djalma Marinho, ao Governo do Estado.
A primeira providência foi realizar debates para sugerir ideias e propostas ao candidato.
Hoje, existem inegavelmente nomes capazes, mas não se sabe “para onde caminha o RN”.
Tudo é escondido em “cúpulas partidárias” hermeticamente fechadas, que não dão chances a ninguém e só favorecem escolhas de algibeira, sem a credibilidade que inspire confiança ao eleitor.
Na falta dessa credibilidade, até na escolha dos vices e suplentes, o naufrágio torna-se iminente e abre portas para aventureiros.
Essa conjuntura estadual reflete o país, transformado em latifúndio privado, com os partidos na defesa de interesses pessoais e de grupos.
As siglas são propriedades privadas, custeadas pelo dinheiro público.
Praticam crimes de responsabilidade, todos aqueles que, com deveres públicos, cruzaram os braços e facilitam a propagação dessas distorções, por não terem eliminado as causas da doença, através de mudanças políticas.
Quando um dia for indagada a causa desse quadro desolador, a resposta será a omissão da atual classe dirigente.
Afinal, no frigir dos ovos, o que foi feito de concreto para combater essa pandemia política?
Nada. Absolutamente nada.
Vergonhosamente, o governo e o Congresso Nacional engavetaram a reforma político-eleitoral.
E deu no que está dando.
Fonte: Tribuna do Norte
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