A medida é cogitada, por exemplo, no Reino Unido. Também nesta segunda, o governo anunciou a assinatura de novo contrato com a Pfizer para a compra de mais 100 milhões de unidades do imunizante em 2022.
"Não se pode querer uma ciência self service. Para umas coisas, se quer evidência científica de nível A. Para outros, não tem evidência, só a opinião de um secretário municipal. Não pode ser assim", criticou ele, em evento na capital baiana nesta segunda.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse ontem que a Ômicron apresenta "risco global alto", mas destaca haver incertezes sobre a ameaça real. A cepa motivou alerta diante do alto número de mutações, mas cientistas afirmam que ainda é preciso investigar se ela tem a capacidade de maior transmissão e de escapar da proteção da vacina.
Queiroga afirmou ter conversado com Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), sobre a variante e que não vê perspectiva de "retrocessos" no País em relação às primeiras e segundas ondas da pandemia, mais letais.
"Não achamos que vai ser diferente das outras variantes. A resposta é a vacinação. Temos um sistema de saúde capaz de dar as respostas no caso de uma variante dessa ter uma letalidade maior", declarou. Ele ainda pregou que, apesar de ter sido classificada como variante de preocupação pela OMS, a Ômicron não deve ser encarada como "variante de desespero".
"O Ministério da Saúde está vigilante e preparado para essas novas demandas. Pode surgir variante em qualquer lugar. Os cuidados são os mesmos adotados desde o início da pandemia", arescentou Queiroga. O Brasil investiga um caso suspeito de infectado pela Ômicron, mas aguarda resultados dos testes.
Réveillon e carnaval
Questionado sobre a retomada de festas de réveillon e carnaval, Queiroga lembrou que o tema não é pauta do ministério e que a definição é feita pelos municípios. “Esse é um momento de vigilância, de observar o que vai acontecer em função dessa nova variante que foi descrita. O Ministério de Saúde está vigilante, preparado para essa emergência e para outras que possam surgir”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou hoje (29) que a variante Ômicron do novo coronavírus impõe alto risco de novos surtos de infecção. A OMS advertiu as 194 nações afiliadas de que a possibilidade de um novo surto pode ter consequências severas, mas ressaltou que nenhuma morte foi registrada até o momento em decorrência da nova variante.
Na próxima quinta-feira (2), a Casa Branca, sede do governo dos Estados Unidos, divulgará uma nova estratégia para lidar com a pandemia e suas variantes durante o inverno. Joe Biden adiantou que o plano não incluirá novas ações restritivas à circulação de pessoas ou contenção de aglomerações. “Se as pessoas estiverem vacinadas e usarem máscaras, não há necessidade de novo lockdown [confinamento]”, afirmou.
O presidente ressaltou, entretanto, que ainda demorará algumas semanas até a comprovação da eficácia dos imunizantes disponíveis contra a Ômicron.
Segundo projeções de órgãos de saúde internacionais, o número de casos da variante Ômicron deve ultrapassar 10 mil nesta semana, em comparação aos 300 registros feitos na semana passada, informou o professor Salim Abdool Karim, infectologista que trabalha no combate à pandemia no governo sul-africano.
Pfizer vai entregar 100 milhões de vacinas
O Ministério da Saúde e a farmacêutica Pfizer assinaram ontem contrato para a compra de 100 milhões de doses da vacina contra a covid-19 para aplicação em 2022. A expectativa, segundo a pasta, é que os imunizantes comecem a ser entregues nos três primeiros meses do ano.
O contrato prevê ainda a aquisição de mais 50 milhões de imunizantes caso haja necessidade. As doses devem ser entregues de forma trimestral, sendo 20 milhões até março; 25 milhões até junho; 35 milhões até setembro e 19,9 milhões no último trimestre.
“O contrato ainda contempla qualquer mudança na composição das doses conforme o surgimento de novas variantes da covid-19, se houver necessidade”, destacou o ministério, por meio de nota.
Em 2021, o governo federal e a Pfizer firmaram acordos para aquisição de 200 milhões de doses. As entregas pela devem ser finalizadas até dezembro deste ano. Desse total, mais de 139 milhões, segundo a pasta, já foram distribuídas aos estados e ao Distrito Federal.
De acordo com o ministério, a expectativa é disponibilizar cerca de 354 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 ao longo de 2022. Além dos 100 milhões de doses da Pfizer, estão incluídos no montante 120 milhões de doses da AstraZeneca, produzidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), das quais 60 milhões com IFA nacional; e 134 milhões de doses de contratos firmados em 2021 e que ficarão de saldo para o próximo ano. Segundo a pasta, o investimento total é de R$ 11 bilhões.
Os números mostram que foram vacinados com a primeira dose 90% do público-alvo e que 76% estão com a vacinação completa. Segundo o ministério, em novembro, houve queda de 92% na média móvel de mortes por covid-19, na comparação com o pico da pandemia. A média móvel de casos também continua em queda, registrando 87,6% menos casos desde o pico.
“O cenário atual, de casos e óbitos no país, é o menor registrado desde o início da pandemia”, destacou o ministério.
Em novembro, a pasta ampliou a aplicação das chamadas doses de reforço para toda a população acima de 18 anos que já tenha completado o ciclo vacinal há pelo menos cinco meses.
Ao menos 230 brasileiros estão retidos na África
A Embaixada do Brasil em Pretória tem registro de 230 brasileiros retidos na África do Sul. Por causa da descoberta da variante Ômicron, voos vindos desse país foram proibidos em várias partes do mundo, incluindo o Brasil. Por volta de 70% dessas pessoas estão na região da Cidade do Cabo e 25% na área de Joanesburgo/Pretória.
Pouco mais de dez brasileiros se reuniram ontem no pequeno escritório do consulado brasileiro da Cidade do Cabo para pedir auxílio para regressar ao Brasil. Os voos da Etiópia são, até o momento, a única forma que brasileiros tem conseguido voltar para casa.
Fonte: Tribuna do Norte
Foto: Tomaz Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTÁRIO SUJEITO A APROVAÇÃO DO MEDIADOR.