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terça-feira, 14 de setembro de 2021

CPI DA COVID: SERVIDORA QUE REDIGIU REQUERIMENTOS PARA SENADORES GOVERNISTAS GANHA CARGO NO MINISTÉRIO DA CIDADANIA

Assessora que 'orientou' Ciro Nogueira, que era senador PP-PI e hoje é ministro da Casa Civil, coordena agora projeto do Auxílio Brasil

Uma das figuras mais importantes para os governistas na CPI da Covid, Thaís Amaral Moura ganhou um novo cargo no governo. Considerada uma pessoa de confiança do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), ela assumiu a função de diretora do Departamento de Inclusão Produtiva Urbana da Secretaria Nacional de Inclusão Social, no Ministério da Cidadania.

A advogada, que trabalhava como assessora no Palácio do Planalto, foi a responsável por redigir requerimentos apresentados, no início dos trabalhos da comissão, por governistas, como Ciro Nogueira (que era senador PP-PI e hoje é ministro da Casa Civil) e Jorginho Mello (PL-SC).

Por essa atuação, a advogada entrou para a lista de possíveis convocados pela CPI e teve a quebra seu sigilo fiscal pedido por opositores.

Desde o início do ano, Thaís trabalhava como assessora de “assuntos parlamentares” na Secretaria de Governo, pasta que cuida da articulação política junto ao Congresso. Na última segunda-feira, ela assumiu formalmente a nova função, conforme publicado no Diário Oficial da União (DOU).

No novo cargo, Thaís deve ficar responsável por coordenar políticas de inclusão em um dos projetos mais importantes do governo, o Auxílio Brasil, que pretende substituir o Bolsa Família e ser uma das principais vitrines eleitorais de 2022, mas que ainda não foi aprovado pelo Congresso.

Thaís manteve um cargo denominado DAS 5, cujo salário é de cerca de R$ 13 mil mensais; o segundo mais alto para os postos comissionados, atrás apenas do DAS 6, remuneração normalmente reservada a secretários e ministros.

A servidora é considerada dentro do governo como uma pessoa ligada a Flávio Bolsonaro, filho do presidente, e é vista pelos colegas como uma funcionária habilidosa e alguém que estabeleceu uma boa rede de contatos no governo.

Em meados de agosto, menos de um mês antes de ela assumir o novo cargo, a CPI aprovou a quebra de sigilo fiscal de Thaís. Ela recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a medida, mas a ministra Cármen Lúcia manteve a ação, em parecer proferido na quinta-feira.

A CPI também tenta descobrir se Thaís fazia parte do chamado “gabinete do ódio”. Na decisão, Cármen Lúcia avaliou que há informações que mostram “fortes evidências” de que a advogada teve participação relevante na defesa do Kit Covid, com remédios ineficazes para a Covid-19, e também contra medidas restritivas adotadas por governadores e prefeitos.

Nos requerimentos apresentados à CPI por governistas que têm a digital de Thaís, constava a convocação de pessoas ligadas ao Palácio do Planalto, entre elas a médica Nise Yamaguchi, conhecida por defender o uso da cloroquina e outros medicamentos ineficazes contra o novo coronavírus.

O requerimento para a convocação de Thaís foi aprovado, mas não há previsão de que ela seja convocada de fato. A situação pode mudar a depender do que surgir nas informações da quebra de sigilo fiscal.

Fonte: O Globo
Foto: Reprodução

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