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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

COVID-19: MAIS DE UM TERÇO DOS INFECTADOS FICA COM SINTOMAS DA DOENÇA POR ATÉ SEIS MESES

Estudo conduzido pela Universidade de Oxford com 270 mil pacientes mostrou que entre os mais comuns estão fadiga e dor

Mais de um terço das pessoas que tiveram Covid-19 permanece com pelo menos um sintoma da doença por até seis meses após terem sido infectados pelo SARS-CoV-2. A conclusão é de um dos maiores estudos já feitos sobre o assunto realizado pela Universidade de Oxford e o Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde do Reino Unido.

O acompanhamento de 270 mil pacientes que se recuperavam da doença constatou que 37% deles ainda relatavam um dos sintomas relacionados à Covid-19 durante o período analisado, sendo os mais comuns fadiga, problemas de respiração, dor e ansiedade. Os sinais foram mais frequentes em pessoas que haviam sido hospitalizadas e em mulheres, sugere o estudo.

Além disso, os pesquisadores perceberam que pessoas mais velhas e homens tiveram uma tendência maior a desenvolver dificuldades na respiração e problemas cognitivos, enquanto jovens e mulheres relataram mais dores de cabeça, sintomas abdominais e ansiedade ou depressão.

— Nós precisamos identificar os mecanismos responsáveis pelos diversos sintomas que podem afetar os sobreviventes. Essa informação será essencial se as consequências a longo prazo para a saúde causadas pela Covid-19 forem ser prevenidas ou tratadas de maneira eficaz — disse o professor da Universidade de Oxford responsável pelo estudo, Paul Harrison.

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Sintomas mais comuns
Uma análise de 15 estudos sobre Covid-19 publicada no último mês na revista Scientific Reports constatou os 55 sintomas mais comuns de longo prazo relacionados à infecção pela doença.

A pesquisa utilizou dados de trabalhos que envolveram 47.910 pacientes entre 17 e 87 anos. Cada um acompanhou pelo menos 100 pacientes. Nove artigos foram da Europa, três dos Estados Unidos e os demais da Ásia e da Austrália. 

Seis deles focaram apenas em pessoas hospitalizadas pela doença, enquanto os outros incluíram casos leves, moderados e graves.

Entre os 55 sintomas persistentes encontrados, cinco foram mais frequentes. São eles fadiga, relatada em 58% dos casos, dor de cabeça, em 44%, falta de atenção, em 27%, perda de cabelo, em 25% e dispneia, ou falta de ar, em 24% dos pacientes.

Assim como a tendência de desenvolver um quadro grave pela Covid-19 é menor em crianças, o risco de sintomas a longo prazo pela doença também são reduzidas entre elas.

A constatação foi feita por um estudo de pesquisadores da King's College de Londres, no Reino Unido, publicado na revista Lancet. Os resultados apontaram que apenas 4,4% das crianças e adolescentes de 5 a 17 anos que contraíram a Covid-19 ainda apresentavam pelo menos dois sintomas relacionados à doença após 4 semanas da infecção. 

Além disso, 98,2% dos 1.734 pacientes acompanhados não relatavam mais nenhum sintoma depois de 8 semanas da contaminação. Durante a doença, as queixas mais comuns eram de fadiga, dor de cabeça e perda de olfato e paladar.

Os responsáveis pela pesquisa indicaram ainda que a dor de cabeça é o sintoma mais comum no início da infecção, enquanto a perda de olfato e paladar aparece mais tarde e permanece por um período mais longo.

De acordo com o trabalho, a duração média da doença entre crianças de 5 a 11 anos foi de cinco dias, enquanto para as de 12 a 17 anos a Covid-19 durou, em média, uma semana.

Fonte: O Globo
Foto: AFP

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