Estudo conduzido pela Universidade de Oxford com 270 mil pacientes mostrou que entre os mais comuns estão fadiga e dor
Mais de um terço das pessoas que tiveram Covid-19 permanece com pelo menos um sintoma da doença por até seis meses após terem sido infectados pelo SARS-CoV-2. A conclusão é de um dos maiores estudos já feitos sobre o assunto realizado pela Universidade de Oxford e o Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde do Reino Unido.
O acompanhamento de 270 mil pacientes que se recuperavam da doença constatou que 37% deles ainda relatavam um dos sintomas relacionados à Covid-19 durante o período analisado, sendo os mais comuns fadiga, problemas de respiração, dor e ansiedade. Os sinais foram mais frequentes em pessoas que haviam sido hospitalizadas e em mulheres, sugere o estudo.
Além disso, os pesquisadores perceberam que pessoas mais velhas e homens tiveram uma tendência maior a desenvolver dificuldades na respiração e problemas cognitivos, enquanto jovens e mulheres relataram mais dores de cabeça, sintomas abdominais e ansiedade ou depressão.
— Nós precisamos identificar os mecanismos responsáveis pelos diversos sintomas que podem afetar os sobreviventes. Essa informação será essencial se as consequências a longo prazo para a saúde causadas pela Covid-19 forem ser prevenidas ou tratadas de maneira eficaz — disse o professor da Universidade de Oxford responsável pelo estudo, Paul Harrison.
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Sintomas mais comuns
Uma análise de 15 estudos sobre Covid-19 publicada no último mês na revista Scientific Reports constatou os 55 sintomas mais comuns de longo prazo relacionados à infecção pela doença.
A pesquisa utilizou dados de trabalhos que envolveram 47.910 pacientes entre 17 e 87 anos. Cada um acompanhou pelo menos 100 pacientes. Nove artigos foram da Europa, três dos Estados Unidos e os demais da Ásia e da Austrália.
Seis deles focaram apenas em pessoas hospitalizadas pela doença, enquanto os outros incluíram casos leves, moderados e graves.
Entre os 55 sintomas persistentes encontrados, cinco foram mais frequentes. São eles fadiga, relatada em 58% dos casos, dor de cabeça, em 44%, falta de atenção, em 27%, perda de cabelo, em 25% e dispneia, ou falta de ar, em 24% dos pacientes.
Assim como a tendência de desenvolver um quadro grave pela Covid-19 é menor em crianças, o risco de sintomas a longo prazo pela doença também são reduzidas entre elas.
A constatação foi feita por um estudo de pesquisadores da King's College de Londres, no Reino Unido, publicado na revista Lancet. Os resultados apontaram que apenas 4,4% das crianças e adolescentes de 5 a 17 anos que contraíram a Covid-19 ainda apresentavam pelo menos dois sintomas relacionados à doença após 4 semanas da infecção.
Além disso, 98,2% dos 1.734 pacientes acompanhados não relatavam mais nenhum sintoma depois de 8 semanas da contaminação. Durante a doença, as queixas mais comuns eram de fadiga, dor de cabeça e perda de olfato e paladar.
Os responsáveis pela pesquisa indicaram ainda que a dor de cabeça é o sintoma mais comum no início da infecção, enquanto a perda de olfato e paladar aparece mais tarde e permanece por um período mais longo.
De acordo com o trabalho, a duração média da doença entre crianças de 5 a 11 anos foi de cinco dias, enquanto para as de 12 a 17 anos a Covid-19 durou, em média, uma semana.
Fonte: O Globo
Foto: AFP
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