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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

ANÁLISE: PMDB É TAREFEIRO NO CONGRESSO E VIROU "ITEM DE SÉRIE" DE QUALQUER GOVERNO.

É comum ouvir ou ler que o PMDB é um partido fisiológico. Só se interessa por cargos. Sua ideologia é inexistente ou indefinível. O partido seria também uma massa amorfa e inorgânica de aglomerados políticos com interesses paroquiais, sem pretensão real de chegar ao Planalto.
Essa análise está correta, mas é também uma descrição genérica perfeita para quase todos os partidos brasileiros. O que diferencia o PMDB dos demais? Simples. O partido sabe exatamente o que é, o que quer e trata de cumprir muito bem o seu papel: servir ao governo no Congresso.
Quem ocupou uma vez essa função com destreza foi o PFL (hoje Democratas), a costela desprendida da antiga Arena. Mas os pefelistas esnobaram o lado esquerdo do espectro político. Com o PT no poder, definharam.
O PMDB é mais despudorado. Abraça e beija na boca quem estiver no governo. De direita, de centro ou de esquerda. É por essa razão que a sigla está prestes a ter o controle institucional da Câmara e do Senado. Em Brasília, há uma anedota antiga: ninguém sabe quem será o próximo presidente, mas todos têm certeza de que o PMDB vai apoiar o vencedor.
No passado, o PMDB já comandou o Congresso inteiro. Mas havia uma diferença. A cúpula ainda aspirava a ascender ao Planalto. Hoje, os peemedebistas que mandam se resignaram a uma posição periférica no poder central. São tarefeiros e pronto.
Essa encarnação 100% congressual do PMDB se cristalizou em 1995, início da era FHC. O partido passou apenas a servir ao poder dentro do Congresso. Faz pressão e chantagem. Mas entrega a mercadoria. Ajudou a sepultar CPIs nos governos FHC, Lula e Dilma -a mais recente foi a CPI do Cachoeira.
Há também uma inaudita "pax peemedebista". Em outras épocas, facções se entregavam a uma autofagia incontida por cargos. Agora, esses grupelhos se fragilizaram e não fazem tanto barulho.
Se o governo federal fosse um carro, o PMDB seria um item de série indispensável. É nessa onda que surfam os possíveis futuros presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Alves.

Fonte: Fernando Rodrigues/Folha de São Paulo

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