O presidente da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), José Robalinho Cavalcanti, afirmou que as decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) e da PGR (Procuradoria-Geral da República) contrárias à Lava Jato nesta semana estão relacionadas a um movimento para desmoralizar a operação.
"Há uma tentativa de desmobilizar e desmoralizar a Lava Jato", disse ele, em entrevista concedida hoje na sede do MPF (Ministério Público Federal) em Curitiba.
A entrevista fez parte de um ato de apoio à Lava Jato realizado pela ANPR. O manifesto aconteceu na semana em que a operação sofreu duas derrotas importantes impostas pelo STF e até pela PGR, a qual já trabalhou em parceria com a Lava Jato em processos envolvendo políticos.
Segundo Robalinho, essas decisões foram "cruciais e difíceis para o combate à corrupção". Ele disse que o ato de apoio à Lava Jato tem como objetivo justamente alertar que uma "confluência de forças" trabalha por um retrocesso para o trabalho de combate a crimes de colarinho branco no país.
Participaram do evento, além da ANPR, representantes da Conamp (Associação Nacional dos Membros do Ministério Público) e do CNPG (Conselho Nacional de Procuradores-Gerais).
Na quinta-feira (14), o STF decidiu que a Justiça Eleitoral é quem deve julgar casos envolvendo crimes que tenham alguma relação com delitos eleitorais, como o caixa 2, contrariando manifestações públicas de membros da força-tarefa da Lava Jato. Para os procuradores da operação, investigações de crimes não eleitorais, mas de alguma forma ligados à eleição, deveriam ser julgados pela Justiça Federal.
Segundo os procuradores, crimes de caixa 2 eleitoral, por exemplo, frequentemente estão relacionados a crimes de corrupção. Eles dizem que a Justiça Eleitoral não tem estrutura nem especialistas para julgar esses tipos de crime.
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Fonte: Vinicius Konchinski/UOL
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