Apesar do baixo número, os vereadores ainda podem faltar em 5 delas.
O trabalho dos sonhos. São apenas sete meses ao ano e nesses sete meses, o comparecimento ao posto de trabalho só é exigido em 29 dias. Esse lugar existe e fica em Poço Branco, no interior do RN, como mostra a reportagem de Michele Rincon.
Na Câmara dos Vereadores de Poço Branco, a 60 quilômetros de Natal, é assim. Os 11 vereadores recebem R$ 4,5 mil de salário para participar de uma sessão por semana. Mas não é todo mês que eles se reúnem, não.
Dezembro e janeiro são meses de recesso parlamentar. A partir de fevereiro até outubro, eles trabalham dois meses e folgam um. Depois trabalham em novembro e entram em férias. No total, são sete meses de trabalho e cinco de descanso, tudo previsto no regimento interno da Câmara, criado em 1992. Este ano estão previstas apenas 29 sessões.
Os vereadores de Poço Branco têm direito ainda a faltar até cinco sessões por ano sem sofrer qualquer punição por isso.
Poço Branco tem 15 mil habitantes e um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano, o IDH, do RN: 0,587.
Agora o vereador Rodrigo Lucas, do PSB, quer moralizar o Legislativo municipal. “A proposta agora é para que nós possamos nos enquadrar como ocorre no Senado Federal e na Câmara Federal, né? Então o recesso seria somente em janeiro e julho”, diz.
Mas a votação do projeto só vai acontecer a semana que vem, no dia 2 de maio, porque os vereadores estão de folga.
Enquanto isso, o professor Murilo Marques trabalha 30 horas por semana na escola do município, recebe R$ 2,3 mil e não tem nem mesa para se apoiar. Ele está indignado com os vereadores da sua cidade. “A gente não vê muito a produtividade da Câmara dos Vereadores, é uma tristeza porque eles são nosso representantes, mas infelizmente quando a gente precisa, não tem a quem recorrer”.
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