É dura a vida da oposição. Num instante em que Dilma Rousseff serve à plateia desconto na conta de luz, o tucanato esperneia. Em nota, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, escreve que o pronunciamento de Dilma na tevê foi a “mais agressiva utilização do poder público em favor de uma candidatura e de um partido político.” Refere-se, naturalmente, à recandidatura de Dilma pelo PT.
“O conceito de República foi abandonado”, anotou Sérgio Guerra. “A chefe da nação, que deveria ser a primeira a reconhecer-se como presidente de todos os brasileiros, agora os divide em dois grupos: o ‘nós’ e o ‘eles’. O dos vencedores e o dos derrotados. Os do contra e os a favor. É como se estivesse fazendo um discurso numa reunião interna do PT, em meio ao agitar das bandeiras e ao som da charanga do partido.”
Noves fora os exageros retóricos, o tucanato tem razão. Dilma foi à TV para fazer propaganda eleitoral. Junto com o benefício energético, levou à vitrine sua cara de candidata à reeleição. A pergunta é: se estivesse na pele de sua antagonista e tivesse de anunciar um desconto na conta de luz, um tucano faria diferente? Decerto não anunciaria a novidade num quarto escuro.
É como naquela piada em que o sujeito está numa ilha deserta acompanhado apenas da Sharon Stone. Súbito, percebe que os carinhos da acompanhante não lhe bastam. Sente uma necessidade irrefreável de alardear o feito. Pede à beldade que grude um bigode postiço abaixo do nariz e, correndo na direção dela na praia, grita, braços abertos: “Meu camarada, adivinha quem eu estou pegando….”
Fonte: Josias de Souza
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